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    Bolsa volta de paralisação com queda de 12%

    Ibovespa abriu em forte queda, com mercado ainda temendo efeitos do coronavírus na economia mesmo após anúncios dos BCs dos EUA e do Brasil

    Circuit breaker é acionado pela quinta vez em duas semanas
    Circuit breaker é acionado pela quinta vez em duas semanas Foto: Paulo Whitaker/Reuters

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, abriu em forte queda nesta segunda-feira (16), mesmo após anúncio de estímulos dos bancos centrais dos EUA e do Brasil para tentar conter os impactos da pandemia de coronavírus na economia. Antes dos primeiros 30 minutos de pregão, o Ibovespa recuou 12,5% e o mecanismo de circuit breaker foi acionado, interrompendo as negociações por meia hora.

    Na volta do pregão, a desvalorização se manteve. Às 11h25, o Ibovespa despencava 12%, a 72.979 pontos. 

    Ao longo da semana passada, em razão da forte volatilidade, instrumento foi acionado outras quatro vezes. 

    O circuit breaker é uma ferramenta utilizada para acalmar e rebalancear o mercado quando há quedas bruscas. Sempre que o Ibovespa caiu 10%, os negócios são paralisados por 30 minutos. Retomadas as operações, se o índice continuar caindo e chegar a uma baixa de 15%, ocorre nova parada de uma hora. Por fim, se o recuo atinge 20%, os negócios são suspensos por tempo indeterminado. 

    Em Nova York, a bolsa também parou depois que o S&P500 caiu 8,14%. Lá, os negócios são paralisados quando a queda do índice chega a 7%. 

    Pacote de estímulos

    Em reunião extraordinária na noite deste domingo, o Federal Reserve, banco central norte-americano, cortou os juros dos EUA em um ponto percentual, para próximo de zero. A taxa, que estava em um intervalo de 1% a 1,25% caiu para 0% a 0,25%, em uma tentativa de aquecer a atividade econômica. 

    O Fed ainda zerou a taxa do compulsório bancário no país e anunciou a compra de US$ 500 bilhões em bônus do Tesouro e US$ 200 bilhões em títulos garantidos por operações imobiliárias, em uma ação para injetar dinheiro no mercado e aumentar a liquidez. 

    Mesmo pós o anúncio, as bolsas da China fecharam em queda acentuada nesta segunda. Também pesou no mercado chinês a notícia de que a indústria local teve a primeira contração em quase 30 anos, impactada pela pandemia do vírus.

    Os investidores europeus também reagiram negativamente. Nesta manhã, as bolsas europeias recuavam a mínimas desde 2012.

    Por aqui, a resposta do Conselho Monetário Nacional (CMN) veio em tom parecido nesta segunda, com o anúncio de duas medidas para ampliar a oferta de crédito

    O órgão anunciou que vai dispensar os bancos de aumentarem as provisões para cobertura de calotes em operações de renegociação nos próximos seis meses. A estimativa é de que R$ 3,2 trilhões em crédito sejam beneficiados com a ação.

    Também expandiu a capacidade de utilização de capital dos bancos, reduzindo o tamanho do colchão de recursos obrigatório que eles precisam formar para absorver eventuais choques, ao baixar o “adicional de conservação de capital principal” de 2,5% para 1,25% ao ano. 

    Para o analista Rafael Ribeiro, da corretora Clear, a decisão inesperada do Fed acabou gerando nova onda de pânico no mercado, que teme efeitos negativos mais profundos do que os previstos nos bancos. 

    “Esse senso de urgência acabou intensificando a hipótese de que a desaceleração da economia por conta do coronavírus será mais forte do que o projetado, como os impactos no sistema financeiro, em especial pelo lado do fluxo de crédito, pode ser mais profundo”, disse. 

     

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