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    Maia x Guedes, Boeing x Embraer: as disputas que marcaram a economia em 2020

    Algumas disputas agitaram o mundo da política econômica e dos negócios. Relembre algumas delas

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    Rodrigo Maia / Paulo Guedes Foto: Adriano Machado/Reuters

    Maria Carolina Abe e Matheus Prado, do CNN Brasil Business

    Não foi só a pandemia que movimentou este ano que está chegando ao fim. Algumas disputas agitaram o mundo da política-econômica e dos negócios. Relembre algumas delas.

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    EUA x China

    A guerra política e econômica entre as duas maiores potências do mundo marcou boa parte do ano, com taxas e retaliações de ambas as partes. Os EUA alegam que a China rouba tecnologia norte-americana, dá tratamento preferencial a corporações estatais e que a tecnologia chinesa pode ser usada para espionar outras nações. A China nega.

    O coronavírus só agravou essas diferenças, com os dois países trocando acusações sobre o início e o combate à pandemia. 

    A tensão vai além dos governos e respinga também em empresas – especialmente gigantes da tecnologia chinesas, como ByteDance, dona do aplicativo TikTok, e Huawei, do 5G.

    O Brasil fica entre a cruz e a espada, já que ambos são grandes parceiros comerciais.

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    Boeing x Embraer

    Foi no fatídico 25 de abril que a notícia caiu como uma bomba para a fabricante brasileira. A gigante norte-americana Boeing anunciou ter desistido do acordo, fechado em 2018, para comprar o negócio de jatos regionais da Embraer.

    A gigante americana  rompeu o negócio com o argumento de que a fabricante brasileira não cumpriu suas obrigações contratuais para o fechamento do negócio. A Embraer nega e entrou na arbitragem pedindo indenização.

    Somou-se a isto a crise do coronavírus, que praticamente paralisou o setor aéreo e atingiu em cheio os negócios da fabricante brasileira.

    Paulo Guedes x Rogério Marinho

    As divergências entre os ministros da Economia e do Desenvolvimento Regional não foram poucas ao longo do ano, mas o ponto alto foi em outubro, quando Guedes chamou o colega de “despreparado, desleal e fura-teto”. Marinho, orientado pelo Planalto, não rebateu.

    Marinho defende o fim do teto de gastos e outras medidas das quais o ministro da Economia discorda. Guedes é a favor da diminuição dos gastos públicos.

    Um dos principais pontos de discórdia entre eles foi a forma de financiar o novo programa social, que deveria substituir o Bolsa Família, mas acabou ficando no papel.

    Paulo Guedes x Rodrigo Maia

    O presidente da Câmara por várias vezes cobrou o envio de reformas pela equipe econômica e revelou publicamente estar de relações cortadas com o ministro da Economia. Guedes, por sua vez, criticou Maia por bloquear o debate sobre o imposto sobre transações financeiras, considerado por muitos como uma reembalagem da antiga CPMF.

    A troca de farpas entre os dois políticos atingiu seu ápice também em outubro, quando o presidente da Câmara disse que o ministro estava “desequilibrado” e sugeriu que visse o filme “A Queda”. Depois do incidente, houve até um jantar para tentar selar a paz entre os desafetos. No fim das contas, as reformas continuam travadas no Congresso. 

    XP x Itaú Unibanco

    O Itaú Unibanco levou ao ar uma série de comerciais criticando a figura dos agentes autônomos – comum na XP (da qual o Itaú é sócio, por sinal) — e insinuando haver conflito de interesses por ganharem comissão ao indicar investimentos.

    Nas redes sociais, o Itaú fez piada com os coletinhos, traje diretamente ligado à imagem da XP. Ali criou-se a chamada “guerra do coletinho”. Em resposta, a XP anunciou que daria um colete aos correntistas que fizessem uma TED do Itaú para a corretora.

    Depois de alguns dias, a disputa esfriou e, em dezembro, o Itaú começou a vender sua participação na XP. 

    Ser Educacional x Ânima

    O Grupo Ser Educacional estava confiante na compra da concorrente americana Laureate, dona de universidades como FMU e Anhembi Morumbi, mas foi passado para trás. A Laureate recebeu uma proposta mais vantajosa da Ânima Educação, dona de bandeiras como São Judas e HSM. 

    A Ser Educacional optou por receber em dinheiro a multa de R$ 180 milhões referente à rescisão de acordo.

    Stone x Totvs

    Uma das maiores novelas do mercado financeiro em 2020 foi a compra da empresa de softwares de varejo Linx, disputada por duas gigantes: a empresa de tecnologia Totvs e a empresa de meios de pagamento Stone, que tem ações listadas na Nasdaq.

    A Stone anunciou, em 11 de agosto, a compra da Linx por R$ 6 bilhões. A Totvs, logo depois, afirmou que estava negociando com a empresa, criticou a posição dos conselheiros e da diretoria da Linx por não darem abertura para uma contraproposta e, à revelia, afirmou que pagaria mais pela Linx – R$ 6,1 bilhões.

    No fim das contas, os acionistas da Linx aprovaram a compra pela Stone, que teve que aumentar o valor do cheque e bancar R$ 6,8 bilhões.

    Apple x Epic Games

    A “treta” começou em agosto, quando a desenvolvedora Epic Games passou a oferecer uma forma de pagamento dentro do seu jogo Fortnite. Com isso, conseguiu que seus usuários não precisassem pagar as taxas de intermediação da App Store e da Google Play Store, de cerca de 30%.

    Como reação, os dois marketplaces excluíram o game de suas prateleiras, alegando quebra de termos e condições. A Epic decidiu, então, processar a Apple por promover um monopólio dentro da sua plataforma (usuários de Android conseguem baixar o jogo por link direto).

    O caso avançou na Justiça americana de duas formas: primeiro, em novembro, o Judiciário decidiu que a desenvolvedora não devia indenização à Apple; depois, em 2021, executivos da Big Tech, incluindo o CEO Tim Cook, terão de participar de audiência judicial e apresentar detalhes sobre o funcionamento da App Store e possivelmente recompensar a desenvolvedora. O jogo segue indisponível na plataforma.

    Motoboys x aplicativos de entrega

    A categoria formada por entregadores e motoboys de aplicativos, que teve forte crescimento ao longo da pandemia, organizou-se pelo WhatsApp e convocou dias de boicote aos apps. 

    Houve protestos nas principais cidades do país, mas o impacto foi pequeno para a operação das plataformas de serviços, segundo relatos de iFood, Rappi, Loggi e Uber Eats.

    Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho. A pauta inclui desde a definição de uma taxa fixa mínima de entrega por quilômetro rodado até o aumento dos valores repassados aos entregadores por serviços realizados. 

    A categoria também cobrou ajuda de custo para equipamentos de proteção contra a Covid-19, como máscaras e luvas. As empresas afirmaram que estão fornecendo os equipamentos.

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