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    BNP: É hora de investir em small caps, imóveis, commodities e infraestrutura

    A recuperação vai ser fator preponderante para o avanço de papéis ligados ao ciclo inicial da economia; e o Brasil pode ser beneficiar disso

    Natália Flach, do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    O avanço da vacinação contra a Covid-19 em todo o mundo aumentou as chances de uma recuperação econômica em 2021. Apesar das incertezas ainda latentes, é hora de o investidor revisar a sua carteira e escolher ativos que devem prosperar nesse novo cenário, abrindo mão daqueles que já esgotaram o seu potencial de crescimento.

    É o caso das ações de gigantes de tecnologia (chamadas de big techs), como Google e Amazon, que, nos últimos meses, baterem recorde atrás de recorde de alta. Não que o setor tenha de ficar fora do radar do investidor. Ao contrário. Mas as oportunidades estão na cadeia produtiva da tecnologia, como desenvolvimento de chips e componentes elétricos, por exemplo.

    “Temos ações de tecnologia no portfólio, mas não são as tradicionais. São de empresas de tecnologia ligada à saúde, inteligência artificial e big data”, afirma Caio Mercadante, estrategista-chefe da área de gestão de riqueza do banco BNP Paribas. “O S&P 500 subiu muito puxado pelas big techs. Está na hora de fazer rotação de carteira, em busca de novidades.”

    Foi pensando em ajudar os investidores que a equipe wealth management (no termo em inglês) do BNP fez um estudo para mapear as oportunidades. Levando em conta a importância da diversificação de ativos e de geografias, os especialistas indicam ações relacionadas ao “ciclo inicial” da recuperação econômica. Ou seja, de papéis ligados à construção, mineração, bens de capital, materiais, utilities (como saneamento) e produtos cíclicos. 

    “O crescimento da China vai ser o motor das commodities, e o Brasil consegue tirar proveito disso, pois é um dos principais setores da nossa economia”, diz Mercadante.

    Mas não são só ações. Também estão na lista as debêntures de infraestrutura, que devem deslanchar com a aprovação do novo marco do saneamento no Brasil e possivelmente com a nova regulamentação do gás natural. “Esses papéis têm isenção de imposto de renda para pessoa física e muitos deles são atrelados a IPCA”, elenca o estrategista.

    Outro setor que deve ter bons resultados é o imobiliário. Durante os primeiros meses da pandemia, o foco foram os galpões e fundos de fundos imobiliários. Agora, o banco está olhando com mais atenção para os fundos de shoppings, que devem voltar a ser interessantes quando as pessoas puderem frequentar mais livremente esses locais.

    “É importante mencionar que o e-commerce veio para ficar, então, em alguma medida os shoppings vão ter de se reinventar. Possivelmente, se tornarão uma espécie de ‘showroom’, com os consumidores indo ao local para testar os produtos que vão comprar pela internet”, prevê. “Isso vai trazer uma nova receita para os shoppings: se as marcas quiserem ficar mais próximas à entrada das lojas terão de pagar pelo espaço.”

    Mudanças de hábito

    Assim como o e-commerce, outras tendências devem permanecer mesmo com a volta da vida normal. Produtos voltados para consumo saudável e serviços ligados à saúde física e mental têm ganhado cada vez mais adeptos, e as empresas têm recorrido a ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês).

    “Vemos muito potencial nas small caps que estão diretamente relacionadas aos novos padrões de consumo”, diz Mercadante.

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