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    Bloqueios parciais de rodovias são ruins para Bolsonaro, diz cientista político

    Manifestações começaram na esteira dos atos de 7 de Setembro, convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

    Produzido por Layane Serranoda CNN*

    Em São Paulo

    Em entrevista à CNN, Lucas de Aragão, cientista político e sócio da Arko Advice, repercutiu os bloqueios parciais em rodovias de pelo menos quinze estados do país feitos por caminhoneiros. Na avaliação dele, essas paralisações são mais um ingrediente ruim para o país e para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

    “É mais um assunto que deixa investidores, empresários e população em geral preocupada com o momento atual, que é um momento de tensão entre os Poderes e polarização na sociedade”, disse Aragão.

    O especialista lembrou que os bloqueios não têm adesão organizada da classe. “Parece muito mais movimentos dentro da sociedade civil, do setor produtivo específicos que querem apoiar o presidente, e acabam fazendo esse tipo de apoio, seja financeiro ou logístico. Eu não acredito que isso vá se transformar em algo sistêmico, como aquela mega greve dos caminhoneiros que vimos no governo Temer.”

    Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Infraestrutura, à 0h30 desta quinta-feira (9) havia casos identificados nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará.

    A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou uma nota de repúdio às paralisações, segundo ela, organizadas por caminhoneiros autônomos.

    “Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, diz o texto da associação, assinado pelo presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio.

    “Obviamente, os caminhoneiros, fazendo esses bloqueios, atrapalham o país, a livre circulação das pessoas, de mercadorias, de insumos. Isso atrapalha não só a população, mas a quem eles estão tentando proteger, que é o governo. Não à toa, Bolsonaro e o ministro Tarcísio se manifestaram com muita preocupação”, disse.

    “[Essa paralisação] é mais um ingrediente ruim para o país e para o presidente Bolsonaro. Afinal, uma paralisação dessa, por mais que não seja sistêmica, num país que está com os nervos à flor da pele, com qualquer coisinha vira algo de imensa preocupação.”

    Início dos protestos

    As manifestações começaram na esteira dos atos de 7 de Setembro, convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

    O número de estados com registro de manifestações tem crescido ao longo do dia. O primeiro comunicado divulgado pela Pasta citava ocorrências em apenas quatro Estados.

    O ministério informa ainda que, ao todo, já foram “debeladas” 117 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias nas últimas horas.

    (*com informações de Murillo Ferrari e Elisabeth Matravolgyi, da CNN, em São Paulo, e do Estadão Conteúdo)