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    Ação e BDR da Pfizer: o que o investidor de cada papel ganha com a nova empresa

    Enquanto os acionistas já puderam decidir o que fazer com as frações do papel da Viatris, quem está aqui no Brasil não tem muita escolha

    Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Na segunda-feira (16), a Pfizer concluiu dois movimentos: a cisão de sua subsidiária Upjohn e a fusão dessa empresa com a Mylan, outra farmacêutica. Com isso, as empresas formaram uma nova companhia: a Viatris. Com o movimento, os acionistas da Pfizer receberam uma fração de 0,124079 do papel da Viatris, que fechou o pregão de ontem negociado a US$ 16,34.

    Por outro lado, quem está aqui no Brasil não tem muita escolha sobre esse investimento. Isso porque o processo está todo nas mãos da B3 (B3SA3).

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    O que são BDRs e quem pode investir em ações no exterior?

    Os BDRs são títulos que replicam as ações em bolsas estrangeiras. Com as mudanças, a B3 fica responsável por vender as ações que recebeu, fazer o câmbio e dar o dinheiro para os detentores de BDRs da Pfizer. 

    Não existe um BDR da Viatris. Por isso a B3 opta por vender a participação na nova empresa e repassar o valor para quem detinha BDRs da Pfizer até o dia 16. O problema dessa operação é que o detentor do BDR não consegue escolher o que fazer com a fração que teria direito na Viatris. 

    Outro problema é a variação do câmbio. Como a B3 é a responsável pela venda dos ativos, o investidor não pode decidir quando vender pensando na variação do dólar (ou outras moedas). Ele fica dependente da companhia. 

    A execução desse tipo de evento ainda custa ao investidor R$ 0,10 por BDR. 

    Por isso a operação da Pfizer expõe um problema do investimento nesse tipo de ativo. Isso não acontece apenas em casos de fusão ou cisão. Quando as empresas de fora pagam dividendos o problema se repete. 

    Além da falta de opção sobre o que fazer com as frações de ação dadas em fusões ou cisões, o investidor ainda paga

    “BDR está longe está longe de ser um instrumento perfeito para acessar um mercado internacional. Você perde o direito de vender e de fazer o câmbio quando achava que deveria fazer”, afirma William Castro Alves, estrategista-chefe da corretora Avenue, que atua nos Estados Unidos. 

    O outro lado 

    É claro que investir em BDRs não tem apenas o lado ruim. Quem escolhe esse tipo de ativo consegue uma diversificação interessante da carteira, acessando setores que não são fortes na bolsa brasileira, como tecnologia e farmacêuticas. 

    Os brasileiros conseguem investir nas maiores empresas do mundo e companhias que, além de “pops” dão retorno, como Tesla, Amazon e Apple. 

    “Existe uma tendência de internacionalização muito forte. As pessoas querem ter acesso a ativos ao redor do planeta e as possibilidades eram sempre fechadas no Brasil”, diz Roberto Lee, CEO da corretora Avenue Securities, sobre a mudança de regra que popularizou o acesso aos BDRs no Brasil. 

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