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    BCE pode aumentar juros em 2022, diz novo presidente do BC alemão

    Inflação elevada está se mostrando mais persistente do que se pensava, disse Joachim Nagel

    Presidente do banco central alemão, Joachim Nagel
    Presidente do banco central alemão, Joachim Nagel 02/02/2022. Britta Pedersen/Pool via REUTERS

    da Reuters

    O Banco Central Europeu (BCE) pode aumentar as taxas de juros ainda este ano, já que a inflação elevada está se mostrando mais persistente do que se pensava, disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, ao jornal Die Zeit desta quarta-feira (9).

    Na semana passada, o BCE voltou atrás em uma promessa anterior de não aumentar os custos dos empréstimos em 2022, mas também tentou moderar expectativas sobre as altas dos juros, depois que os mercados rapidamente precificaram duas elevações que levariam sua taxa de depósito de volta a zero em dezembro.

    Mantendo a linha historicamente conservadora do Bundesbank, Nagel, que assumiu o comando do banco central alemão em janeiro, disse em entrevista que agir tarde demais na normalização da política monetária pode sair especialmente caro.

    “Se o quadro da inflação permanecer inalterado em março, serei a favor da normalização da política monetária”, disse Nagel ao Die Zeit.

    “O primeiro passo é descontinuar as compras líquidas de ativos ao longo de 2022. Então os juros podem ser aumentados antes deste ano acabar.”

    Nagel se juntou ao presidente do banco central holandês, Klaas Knot, ao discutir abertamente um aumento de juros neste ano pelo BCE, que seria o primeiro desde 2011.

    “Se agirmos tarde, teríamos que aumentar as taxas de juros de forma mais substancial e mais rápida. Os mercados financeiros responderiam então com maior volatilidade”, disse Nagel.

    Nagel também disse que a inflação na Alemanha, a maior economia da zona do euro, deve ultrapassar os 4% “significativamente” em 2022, mais que o dobro da meta de taxa de 2% do BCE e também bem acima da projeção do próprio Bundesbank, de 3,6%.

    “Há sinais de que o aumento dos preços da energia pode ser mais persistente, que está afetando os preços de outros bens e serviços e que a demanda crescente também está por trás disso”, disse ele ao jornal.