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    BC: Reservas internacionais tiveram melhor rentabilidade em 10 anos durante 2019

    Banco Central divulgou dado nesta quarta-feira (1º)

    Cédulas da moeda norte-americana
    Cédulas da moeda norte-americana Foto: Chance Agrella/Freerange Stock

    Nesta quarta-feira (1º), o Banco Central apontou que as reservas internacionais tiveram a melhor rentabilidade em pelo menos dez anos em 2019, com resultado positivo de 4,33%, em dólares, na esteira do afrouxamento monetário nos Estados Unidos.

    “Ao longo do ano, verificou-se uma queda de juros nos EUA, com a reversão do ciclo de alta de juros do Fed (BC norte-americano), em resposta aos dados econômicos. Esse movimento, somado ao ganho com carregamento, gerou resultado positivo com juros de 4,25%”, afirmou o BC, em seu Relatório de Gestão das Reservas Internacionais.

    Além disso, houve ganho com paridade de moeda de 0,08% no ano, prosseguiu o BC.

    Antes disso, a melhor rentabilidade em dólares das reservas internacionais havia sido alcançada em 2011, quando chegou a 3,60%, conforme série disponibilizada pelo BC no documento, com início em 2010.

    Quando medida em reais, a rentabilidade das reservas no ano passado foi de 8,53%, terceiro pior resultado da série, atrás de 2010 (-2,57%) e 2017 (+3,80%)

    “Nesse caso, as variações do real em relação às moedas da reserva dominam o resultado total. Adicionalmente, como a volatilidade do real é significativamente mais alta que a do dólar frente a seus pares, o resultado nesse numerário sofre ainda mais influência das flutuações cambiais”, disse o BC.

    Sobre o tema das reservas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou na quinta-feira passada que há interpretação “às vezes muito assimétrica” sobre o que é o seguro proporcionado por esse estoque, e que o tema é bastante discutido dentro do BC.

    “Obviamente, você, quando tem um estoque de reservas e o câmbio desvaloriza, você tem um seguro que é implícito nisso que está na sua dívida líquida, porque o valor da sua reserva sobe e a sua dívida cai”, afirmou.

    “Então obviamente quando o câmbio desvaloriza já tem um seguro implícito na baixa da dívida porque você está com ativo em dólar que se valorizou sendo ‘fundeado’ (financiado) por um ativo em reais”, acrescentou.

    O Brasil fechou 2019 com reservas internacionais de US$ 356,88 bilhões pelo conceito caixa, num recuo frente aos US$ 374,72 bilhões de 2018, principalmente pela venda de US$ 36,861 bilhões à vista em intervenções cambiais —movimento que ajudou o país a reduzir sua dívida bruta.

    Até o dia 20 de março, o estoque das reservas internacionais havia caído para US$ 347,423 bilhões diante das novas atuações do BC no mercado de câmbio. As vendas de dólar à vista somaram US$ 16,211 bilhões até a mesma data, conforme dados mais recentes do BC.