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    BC aposta em nova alta de 1 ponto na Selic, mas deixa porta aberta para ser mais agressivo

    Copom divulgou nesta terça-feira a ata referente à reunião da semana passada, quando decidiu aumentar a Selic em 1 ponto, a 11,75% ao ano

    Sede do Banco Central em Brasília
    Sede do Banco Central em Brasília 04/10/2021REUTERS/Adriano Machado

    Ligia Tuondo CNN Brasil Business

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou nesta terça-feira (22) que considera adequado fazer um novo ajuste de 1 ponto percentual na Selic, taxa básica de juros da economia, em maio, apesar das incertezas geradas pela guerra na Ucrânia. No entanto, deixa a porta aberta para ser mais agressivo.

    “Um novo ajuste de 1 ponto percentual, seguido de ajuste adicional de mesma magnitude, é a estratégia mais adequada para atingir aperto monetário suficiente e garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos”, disse a autoridade monetária em ata referente à reunião da semana passada, quando decidiu aumentar a Selic em 1 ponto, a 11,75% ao ano.

    “Entretanto, o Comitê reconhece o cenário desafiador para a convergência da inflação para suas metas e reforça que estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário, caso o cenário evolua desfavoravelmente”, acrescentou.

    A ata divulgada nesta manhã mostra um BC mais dovish, no jargão do mercado para se referir a uma postura mais branda, na opinião do estrategista da RB Investimentos Gustavo Cruz. “Entendo que a ata do Copom foi mais dovish do que o comunicado, dá mais sinais que pretendem encerrar (o ciclo de alta com a taxa) em 12,75% ao ano, embora deixe a porta aberta para ir além”, diz.

    Por outro lado, o economista-chefe da Necton, André Perfeito, viu um tom mais agressivo na ata do BC, ou hawquish, no jargão do mercado. “Me pareceu que ele não terá pudor em subir mais a taxa caso precise”, diz.

    Na ata, o comitê volta a citar como riscos relevantes para a inflação, além do conflito no Leste Europeu,  as incertezas em relação ao futuro do arcabouço fiscal no Brasil, que eleva os prêmios de risco de desancoragem das expectativas de inflação, e a alta nos preços dos bens industriais.

    Sobre esse último, o BC ressalta que a alta “não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou ainda mais”.

    O último aumento anunciado na Selic foi o nono consecutivo e levou a taxa ao maior patamar desde fevereiro de 2017. O atual ciclo de aperto monetário começou em março de 2021, quando a Selic estava no menor patamar histórico, de 2% a.a., onde ficou de agosto de 2020 e março de 2021.