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    Bares e restaurantes indicam prejuízos causados pela alta de preços, diz associação

    Associação de Brasileira de Bares e Restaurantes sinaliza que 29% dos estabelecimentos registram prejuízo, enquanto outras 36% operam no equilíbrio

    Presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, ressalta que a situação inflacionária do Brasil tem sido um obstáculo para a categoria
    Presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, ressalta que a situação inflacionária do Brasil tem sido um obstáculo para a categoria Rovena Rosa/Agência Brasil

    Rayane Rochada CNN

    em Rio de Janeiro

    O setor de bares e restaurantes tem sofrido com os efeitos da alta de preços no país. Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), realizado entre os dias 21 e 28 de junho, apontou que 29% dos estabelecimentos tiveram prejuízos no mês de maio por conta da inflação.

    Ao todo, 75% deles apontaram o aumento nos valores de alimentos e bebidas como causa do resultado negativo.

    Além disso, outros 36% afirmaram estar operando no equilíbrio, isto é, sem perdas nem ganhos no faturamento. Já 35% dos comércios do ramo disseram trabalhar com lucro no último período. Ao todo, a entidade ouviu 1.698 empresas.

    Os percentuais ficaram estáveis em relação à sondagem de abril, quando 35% lucraram e 28% fecharam o mês no vermelho.

    O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, ressalta que a situação inflacionária do Brasil tem sido um obstáculo para a categoria.

    “O nosso desafio está sendo a inflação, porque ela está muito forte. O setor está faturando muito, deve crescer 5% este ano em termos reais. Mas a inflação está muito forte. A inflação de alimentos já supera 16%. E há outros custos que nos impactam, como energia e combustível”, ressalta.

    Em junho, 45% dos bares e restaurantes que responderam à pesquisa precisaram replanejar os preços dos cardápios. No entanto, as correções se mantiveram abaixo da inflação oficial.

    “O setor repassou apenas 6,3% para os consumidores e a inflação média do país foi de 12%. Nós estamos repassando quase que a metade da inflação média e quase um terço da inflação de alimentos”, enfatiza.

    Frente a esse cenário, o presidente chama a atenção para as dívidas e contas em atraso. No momento, 64% das empresas estão nessa situação. “Isso aperta o resultado da empresa, mesmo vendendo bem. Fica difícil pagar as dívidas que nós acumulamos durante a pandemia, por exemplo”, reforça.

    “O faturamento voltou. Só que o consumidor está com a renda comprimida. Nos últimos 12 meses, essa renda caiu em torno de 8%. Ainda que mais gente esteja com poder de consumo, ele ainda é apertado. Isso prejudica o resultado”, explica Solmucci.

    A curto prazo, a Abrasel não vê mudanças significativas no cenário. “Estamos esperando um segundo semestre um pouco mais fácil, mas nada muito diferente. Infelizmente, nós acreditamos que vamos continuar com essa dificuldade de repassar os custos da inflação”, pondera.

    “Agora, há esse movimento de zerar os impostos dos combustíveis, o que ajuda a conter a inflação e os nossos custos com motoqueiros e entregas. O Auxílio Brasil subindo para R$ 600 também melhora a renda na base da pirâmide e nos ajuda”, conclui.