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    Bancos centrais correm para combater inflação enquanto tentam corrigir erros

    Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou as taxas de juros em 0,75 ponto percentual pela primeira vez desde 1994

    Julia Horowitzdo CNN Business

    Os bancos centrais estão correndo para acompanhar as rápidas mudanças nas condições econômicas e financeiras, enquanto tentam conter a inflação galopante, uma tarefa difícil que pode colocar sua credibilidade em risco.

    O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou as taxas de juros na quarta-feira (15) em 0,75 ponto percentual pela primeira vez desde 1994.

    Anteriormente, o presidente do Fed, Jerome Powell, havia indicado que a autarquia aumentaria as taxas em meio ponto percentual neste mês. Mas dados preocupantes de inflação divulgados em 10 de maio, que mostraram preços com alta de 8,6% nos 12 meses até maio, ressaltaram a necessidade de ações mais agressivas.

    “Não espero que movimentos desse tamanho sejam comuns”, disse Powell a jornalistas. Ainda assim, ele deixou a porta aberta para outro aumento da mesma magnitude no próximo mês se os dados não melhorarem.

    O Fed não está sozinho na tentativa de provar que está atento à situação econômica.

    O Banco Central Europeu (BCE) realizou uma reunião de emergência na quarta-feira após o anúncio na semana passada de que pretende aumentar as taxas de juros pela primeira vez desde 2011, agitando os mercados de títulos na Itália e na Grécia.

    Após a reunião, o BCE disse que aceleraria o trabalho para reduzir o estresse em países europeus altamente endividados à medida que as taxas de juros aumentam.

    Os banqueiros centrais conseguiram acalmar os mercados na quarta-feira. O S&P 500 terminou 1,5% mais alto, quebrando uma sequência de cinco dias de perdas. Os rendimentos dos títulos de referência italianos e gregos, que movimentam preços opostos, caíram à medida que a pressão de venda diminuiu.

    “O mercado pareciam felizes naquele momento”, disse Jeffrey Frankel, co-presidente da Stuart Frankel & Co., uma corretora de ações.

    Mas os investidores repensaram essa posição na quinta-feira (16). Tentar corrigir os erros do passado é um trabalho árduo, e também pode limitar as opções de políticas futuras.

    Se o BCE tivesse deixado claro em sua reunião na semana passada que não toleraria a “fragmentação” no mercado de títulos da Europa – referindo-se à rápida subida dos rendimentos dos títulos italianos e gregos – não teria que corrigir o curso, de acordo com Holger Schmieding, economista-chefe do Berenberg Bank.

    O BCE tem claramente a capacidade de intervir conforme necessário. Mas o lapso de comunicação pode ter consequências duradouras, argumentou.

    “O BCE [na quarta-feira] conseguiu reverter parte da liquidação”, afirmou ele em nota aos clientes. “Mas depois da turbulência dos últimos dias, os mercados estão mais nervosos do que antes”.

    Os estrategistas também estão preocupados que o aumento acentuado dos juros pelo Fed possa aumentar as chances de uma recessão nos Estados Unidos ao frear rapidamente o crescimento.

    “A inflação está forte e não atingiu o pico, então Powell está encurralado”, disse Kenny Polcari, sócio-gerente da Kace Capital Advisors. “Eles deveriam ter sido mais agressivos no início do processo”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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