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    Banco central da Rússia propõe banir transações e mineração de criptomoedas

    País é o terceiro maior minerador de bitcoin do mundo, segundo dados da Universidade de Cambridge

    Rússia alega que criptomoedas ameaçam estabilidade financeira, e têm custo energético alto
    Rússia alega que criptomoedas ameaçam estabilidade financeira, e têm custo energético alto Dado Ruvic/Reuters

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business*

    em São Paulo

    O banco central da Rússia propôs nesta quinta-feira (20) a proibição do uso e mineração de criptomoedas em território nacional. A justificativa cita ameaças à estabilidade financeira, ao bem-estar dos cidadãos e à soberania da política monetária do país.

    O movimento é o mais recente na repressão global às criptomoedas, com governos temendo que esses ativos, que são altamente voláteis e operados de forma privada, possam minar seu controle sobre os sistemas financeiros e monetários.

    Em um relatório publicado nesta quinta-feira, o banco central russo disse que a demanda especulativa determina principalmente o rápido crescimento das criptomoedas, e que elas carregam características de uma pirâmide financeira. Ele alertou, ainda, que podem se formar bolhas no mercado que ameaçam a estabilidade financeira e os cidadãos.

    O banco central propôs impedir as instituições financeiras de realizar quaisquer operações com criptomoedas. Segundo a autarquia, mecanismos devem ser desenvolvidos para bloquear transações destinadas a comprar ou vender criptomoedas por fiduciários ou moedas tradicionais. A proibição proposta inclui trocas de criptomoedas.

    A autarquia afirmou que a mineração de criptomoedas criou problemas no consumo de energia. O bitcoin e outras criptomoedas são “mineradas” por computadores poderosos que competem contra outras máquinas conectadas a uma rede global para resolver complexos quebra-cabeças matemáticos.

    O processo consome eletricidade e muitas vezes é alimentado por combustíveis fósseis. “A melhor solução é proibir a mineração de criptomoedas na Rússia”, disse o banco.

    De acordo com dados da Universidade de Cambridge até agosto de 2021, a Rússia é o terceiro país que mais minera criptomoedas no mundo, sendo responsável por 13,6% do total.

    O país fica atrás dos Estados Unidos, com 42,7%, e do Cazaquistão, com 21,9%, mas o país pode ter perdido o segundo lugar devido aos feitos dos protestos e repressão violenta no começo de 2022.

    O movimento da Rússia não seria uma novidade. Em 2021, a China proibiu a mineração e transações de criptomoedas, alegando que o ativo tinha um forte caráter especulativo e que a mineração tinha um impacto ambiental muito grande. À época, o país era o maior minerador de criptomoedas, mas hoje não possui mais participação na atividade.

    A Índia é outro país que estuda proibir as criptomoedas, mas a proposta atual de legislação ainda não está clara para investidores, já que a proibição atingiria apenas “criptomoedas privadas”.

    A nível global, El Salvador é o único país do mundo que tornou uma criptomoeda, no caso o bitcoin, uma moeda legal, em 2021. Com a medida, os estabelecimentos comerciais passaram a ser obrigados a aceitar transações pelo ativo.

    Com informações da Reuters