Associação eleva previsão de crescimento da construção em 2021 para 5%
Alta ocorreu pelo segundo trimestre consecutivo, mas falta ou alta em preços de materiais preocupa setor
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) elevou pelo segundo trimestre seguido a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor em 2021. Agora, a previsão é que ele crescerá 5%, a maior alta nos últimos 10 anos.
Segundo a associação, a alta levou em conta a melhora das atividades no setor de construção neste trimestre. A melhora do financiamento imobiliário, uma demanda consistente, o avanço da vacinação, a continuidade de obras pequenas e a desaceleração na alta dos preços de materiais também foram considerados.
Os dados analisados pela CBIC indicam que os segmentos de construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados para a construção estão acima das médias históricas.
Entretanto, a CBIC afirma que, mesmo com a expectativa de resultado recorde, o setor de construção ainda deverá demorar alguns anos para se recuperar das quedas registradas desde 2014.
Custos e falta de materiais preocupam setor de construção
Já um levantamento da CBIC realizado em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que o aumento nos custos e a possibilidade de falta de materiais são os principais problemas da indústria de construção.
Além deles, a pesquisa indicou que a taxa de juros em alta também começa a preocupar. Segundo a CBIC, o setor poderia crescer mais caso os juros não estivessem elevados. No segundo trimestre do ano, 9,7% dos entrevistados se preocupavam com a taxa de juros, agora, são 16%.
Mesmo assim, o terceiro trimestre registou uma queda leve no custo com insumos. O índice de evolução do preço médio de insumos e matérias-primas calculado pela CBIC caiu de 77,5 para 75 pontos. Um valor acima de 50 indica alta nos preços.
Confiança
De acordo com a CBIC, o Índice de Confiança do empresário da indústria de construção teve registro positivo em outubro. As boas expectativas com os próximos meses ajudaram no resultado, com previsão de maior atividade e novas contratações.
O levantamento indica que o setor tem expectativa positiva para os próximos seis meses em relação ao nível de atividade, novos empreendimentos, compras de insumos e contratações.
Atividade
Já o Índice do Nível de Atividade teve a melhor média para o terceiro trimestre desde 2010. O resultado foi possível devido à demanda consistente por imóveis e as taxas de juros ainda em patamares atrativos, com mais crédito disponível.
A pesquisa indica que o setor de construção de edifícios está com o melhor ritmo de atividade, mas todos estão com níveis acima da média histórica.
*Sob supervisão de Ligia Tuon