Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Eleições 2022

    Assessores econômicos de presidenciáveis discutem propostas para o Brasil

    Convidados discutiram sobre temas como o arcabouço fiscal, inflação, privatizações, reformas e mercado de trabalho

    Pedro Zanattado CNN Brasil Business

    em São Paulo

    Nesta quinta-feira (22), a CNN realizou o Arena Eleições especial com foco em economia e trouxe os assessores responsáveis pelas propostas para a economia do país dos quadro candidatos à Presidência mais bem colocados nas pesquisas, com base no agregador de pesquisas Locomotiva/CNN.

    A economia é o tema que mais preocupa a população, apontam pesquisas. Portanto, a proposta da edição especial do Arena Eleições foi conhecer quais as propostas dessa área dos principais candidatos à Presidência do país.

    No programa, Guilherme Mello, coordenador do programa econômico do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Elena Landau, coordenadora do programa econômico da candidata Simone Tebet (MDB) e Mauro Benevides Filho, coordenador do programa econômico do candidato Ciro Gomes (PDT) discutiram sobre o financiamento de programas sociais, arcabouço fiscal, inflação, privatizações, reformas e mercado de trabalho.

    A CNN convidou um representante da campanha de Jair Bolsonaro (PL), que está na segunda colocação das pesquisas, mas não houve retorno. O Ministério da Economia também foi procurado, no entanto, o ministro Paulo Guedes não pode participar da entrevista, por conta, segundo ele, do período eleitoral.

    Durante o especial, o teto de gastos esteve entre os principais temas debatidos pelos convidados. Atualmente, o orçamento público do Brasil possui 93% de despesas obrigatórias, gerando um conflito distributivo entre as políticas sociais, as emendas parlamentares e o custo da máquina pública.

    Além disso, ao observar o custo da dívida, que é uma referência de solvência, o Brasil, possui uma dívida/PIB de 77%, tendo uma projeção de alta parta 2023, alcançando 81%, segundo dados da Instituição Fiscal Independente (IFI).

    Questionados sobre mudanças no arcabouço e os limites e regras fiscais, os entrevistados traçaram como cada um de seus candidatos pretende agir.

    Mauro Benevides Filho, assessor de Ciro Gomes, foi o primeiro a responder. Segundo ele, é preciso que o país discuta as despesas financeiras e não apenas as despesas primárias.

    “No Brasil, temos que discutir a despesa financeira, aqui só se discute despesas primárias, é a saúde, a educação, despesas com pessoal, mas onde andam os R$ 700 bilhões de juros que nós vamos pagar esse ano? Onde andam o R$ 1,4 trilhão para amortização da dívida pública? Precisamos trazer à tona de volta, porque se não a equação fiscal vai ser sempre degenerada porque a despesa financeira vai continuar aumentando sistematicamente”, disse.

    Além disso, Benevides criticou o teto de gastos, uma vez que “as despesas obrigatórias continuam aumentando em termos reais”, e mencionou uma que se aplique uma meta de dívida pública, como, segundo ele, ocorre nos Estados Unidos.

    Em seguida, Elena Landau, assessora de Tebet, menciona a necessidade de a política fiscal ser feita com “credibilidade” e visando o longo prazo.

    “O programa da Simone é absolutamente rigoroso na parte fiscal, vamos rever todo o orçamento que recebermos. A política monetária do BC precisa ser deixada em paz, o governo tem de fazer uma política fiscal de longo prazo, permanente, com credibilidade”.

    Como alternativa, Landau afirmou que, em um eventual governo de Tebet, o teto de gastos será recuperado e uma nova regra, para incluir gastos sociais, será implementada.

    “Nós vamos recuperar o teto de gastos, vamos receber [o orçamento] 2023 muito mal, vai ter que ter uma regra para incluir gastos sociais, não vamos tirar investimentos do teto e vamos recuperar a ideia do teto”, disse.

    Por fim, Guilherme Mello, assessor de Lula, criticou a condução da economia pelo atual governo e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e explicou que a equipe econômica de Lula, caso eleito, deve buscar “na experiência e literatura internacional” as características de um “bom” arcabouço fiscal.

    “Vamos buscar na experiência e na literatura internacional  quais são as características de um bom arcabouço fiscal, já que o nosso perdeu a credibilidade, vamos construir um consenso politico, no parlamento, na sociedade, com os atores relevantes sobre um novo arcabouço fiscal que se recupere a credibilidade, a previsibilidade da política fiscal, a transparência do orçamento publico, que privilegie gastos de boa qualidade”.

    Mello defendeu gastos que, segundo ele, gerem emprego, renda e distribuição de renda. Para isso, o economista menciona que uma regra anticíclica, ou seja, “quando a economia cresce muito, o governo segura um pouco para não superaquecer a economia. Mas, quando ela desacelera muito, o governo tem espaço para atuar e estabilizar o ciclo econômico”, explicou.

    Confira o programa completo no vídeo.