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    Apple deve lançar iPhone 14 nesta quarta-feira; veja o que esperar

    Gigante de tecnologia pouco revelou -- oficialmente -- sobre detalhes do novo modelo, deixando especialistas e entusiastas da marca pescando informações

    Convite para o evento da Apple batizado de "Far Out" (distante, na tradução livre, dando ideia de vanguarda)
    Convite para o evento da Apple batizado de "Far Out" (distante, na tradução livre, dando ideia de vanguarda) Apple/Reprodução

    Tamara Nassifdo CNN Brasil Business*

    em São Paulo

    A Apple deve lançar nesta quarta-feira (7) o iPhone 14, nova geração do smartphone que revolucionou o mercado de telefonia. Batizada de Far Out (distante, na tradução livre, dando ideia de vanguarda), a conferência terá transmissão pelo site da companhia e pelos seus canais de mídia social a partir das 14h (horário de Brasília).

    Como é de praxe, a gigante de tecnologia pouco revelou — oficialmente — sobre detalhes do novo modelo, deixando especialistas e entusiastas da marca confabulando sobre possíveis inovações e pescando informações por vias indiretas.

    Um dos rumores que mais tem agitado o mercado é uma possível descontinuação da versão “mini” do telefone, que deverá ser apresentado em quatro modelos: dois com tamanho de tela em 6,1 polegadas, dois com 6,7 polegadas.

    Serão, respectivamente, iPhone 14 e iPhone 14 Pro, e iPhone 14 Max e iPhone 14 Pro Max. A versão mini pode ter sido cancelada por um baixo volume de vendas, segundo rumores.

    O visual também deve ter uma leve repaginada: desde que o recurso Face ID foi lançado, em 2017, os iPhones carregam um entalhe na parte superior para abrigar as tecnologias necessárias para a funcionalidade. Esse recorte deve ser diminuído nas versões Pro e ganhar outro formato (aparentemente, em “i” deitado), enquanto as outras devem permanecer com o retângulo tradicional.

    Expectativa de design para o novo iPhone 14, segundo especialistas de mercado / Apple Insider/Reprodução

    Quanto às câmeras, a expectativa é que o iPhone 14 Pro tenha um sensor de 48 megapixels — o atual é de 12 megapixels — e possa gravar em 8K, com mais qualidade e recursos de edição de vídeos profissionais.

    Ao que indica o convite do evento, com ilustração de um céu estrelado, espera-se que a câmera também possa fotografar em ambientes de pouca luz com melhor qualidade. O foco automático das lentes frontais também deve ter melhorias.

    Ainda em questões técnicas, o processamento do sistema operacional deve ser incrementado — os iPhones 14 e 14 Max devem seguir com o A15 Bionic, primeiro introduzido no iPhone 13, enquanto 14 Pro e 14 Pro Max já devem apresentar um novo chip, o A16 Bionic. Os modelos também podem conter um novo sistema de resfriamento, para evitar que funcionalidades sejam prejudicadas por excesso de calor.

    Outro rumor é que os modelos iPhone 14 e iPhone 14 Plus tenham uma nova possibilidade de cor, dessa vez, em roxo, que poderá mudar de tom com base na iluminação do ambiente.

    Os novos aparelhos podem, ainda, ganhar o modo Always on Display (tela sempre ligada, na tradução livre), que deve exibir widgets e outras informações na tela de bloqueio.

    Preços em contexto econômico turbulento

    Como a empresa vai precificar tantas mudanças, no entanto, ainda não se sabe. Segundo especialistas consultados pelo CNN Brasil Business, três dos quatro modelos devem vir cerca de US$ 100 mais caros que a versão anterior:

    • iPhone 14: US$ 799 (mesmo preço do lançamento do iPhone 13)
    • iPhone 14 Pro: US$ 1.099
    • iPhone 14 Max: US$ 899
    • iPhone 14 Pro Max: US$ 1.199

    Isso porque, além das tecnologias um pouco mais onerosas, as Big Techs têm tido a produção atravancada por gargalos nas cadeias de suprimentos. É uma crise que data desde 2020, quando a pandemia fechou portos e desbalanceou o equilíbrio entre oferta e demanda de chips semicondutores, mas que foi intensificada mais recentemente pela política “Covid-zero” na China.

    “O aumento de preços é dado como certo, porque a produção ficou muito mais cara”, explica Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação. “As evoluções técnicas, especialmente nos modelos de topo de linha, devem justificar o encarecimento, mas os chips semicondutores também estão por trás dos novos preços.”

    Ao mesmo tempo, consumidores nos principais mercados da Apple — notadamente Estados Unidos e Europa, embora o Brasil não fique muito para trás — têm enfrentado uma crise de custo de vida devido à escalada inflacionária. Não se sabe até que ponto o cenário econômico pode impactar os dados de venda, já que, como diz Lucas Cabral, do Instituto de Tecnologia e Sociedade no Rio de Janeiro, “preço nunca foi um problema para o público cativo da Apple”.

    “Aqui no Brasil, um iPhone já chegou a passar de R$ 10.000 e as vendas continuam sendo um sucesso. No final do dia, o público acaba aderindo, também por planos de fidelidade em operadoras e condições de parcelamento. É uma questão de status, sobretudo, ter o modelo mais recente do telefone que primeiro foi associado a um estilo de vida.”

    Mesmo no exterior o especialista prevê que as vendas não serão afetadas. “O salário mínimo e o poder de compra, lá, são maiores. US$ 800 não é um preço absurdo para se pagar em iPhone nos Estados Unidos, por exemplo”, diz Cabral.

    No limite, o que pode acontecer é uma extensão do ciclo de uso dos equipamentos. “A empresa tende a baixar o preço da geração anterior quando lança uma nova. É provável que o público corra para comprar o iPhone 13 agora, ou postergue a troca até baratear um pouco mais”, diz Artur Igreja.

    O fato de a Apple ter um público muito fiel, segundo os especialistas, ajuda a minimizar a concorrência de aparelhos da linha Galaxy, da Samsung, por exemplo.

    “A Samsung tem um desempenho excepcional em termos de recursos, mas, para quem já usa aparelhos da Apple, a troca de sistema operacional e a abdicação de todo um ecossistema de aparelhos que são muito bem integrados são fatores que pesam”, diz Igreja.

    “Quem tem mais de um dispositivo Apple costuma ser mais leal à marca, enquanto, no caso da Samsung, isso não chega a acontecer.”

    Por isso que, segundo Cabral, há muita expectativa por parte dos consumidores leais da Apple quanto à próxima geração do iPhone. Agora, por parte da comunidade tec, o entusiasmo passado, visto nos eventos de lançamento da última década, tem aos poucos se dissipado.

    “Já faz algum tempo em que temos visto uma trajetória linear de evolução tecnológica da Apple, no sentido de que tem sido mais difícil esperar algo que seja completamente fora da curva”, diz Igreja.

    “Todo mundo espera evoluções a pequenos passos. A única expectativa mais forte, agora, em termos de empresa, é quando e como a Apple vai entrar no metaverso e no debate de realidade virtual aumentada.”

    Ao que tudo indica, não vai ser nessa quarta-feira que a empresa fincará os pés no metaverso. Fica para os próximos capítulos.

    *Sob supervisão de Ligia Tuon.