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    R$ 23 bi em investimentos: CCR acelera em aeroportos e mobilidade após renovar Dutra

    Neste ano, empresa vai elevar em cerca de 80% os recursos dedicados à expansão e à melhoria das concessões

    Trecho da rodovia Presidente Dutra (BR 116) em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo
    Trecho da rodovia Presidente Dutra (BR 116) em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo Clóvis Rossi/Divulgação

    Renée Pereira, do Estadão Conteúdo

    No início de 2021, a gigante de infraestrutura CCR estava prestes a perder uma de suas maiores concessões: a Nova Dutra. A empresa travava também uma briga com o governo de São Paulo envolvendo o prazo de concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes (Autoban).

    Juntos, esses contratos representam 25% das receitas da companhia. Um ano depois, o quadro é diferente. A empresa não só garantiu a manutenção dessas rodovias como incorporou 18 novos ativos ao seu portfólio.

    Nesse período, a CCR venceu quatro leilões de rodovias, de aeroportos e de contratos de mobilidade urbana, o que significa R$ 23 bilhões de investimento só com os novos. Para este ano, a empresa vai elevar em cerca de 80% os recursos dedicados à expansão e à melhoria das concessões, para R$ 4,5 bilhões.

    Esse valor representa quase o dobro do montante investido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e por estatais do setor em 2021, de R$ 2,5 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

    Desde que assumiu o comando da CCR, em meados de 2020, o executivo Marco Cauduro iniciou um processo de mudança interna. Mexeu na parte organizacional e montou uma agenda de crescimento. “O objetivo é criar a mentalidade de que não somos só uma operadora de ativos, mas uma prestadora de serviço público essencial.”

    Nos próximos cinco anos, a companhia vai concentrar suas forças em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. “Vamos continuar com protagonismo nos leilões”, afirma.

    Em 2021, a empresa manteve a concessão da rodovia Dutra por mais 30 anos ao vencer o leilão em outubro do ano passado, com outorga de R$ 1,8 bilhão e investimentos de R$ 15 bilhões durante o contrato. “Esse era um ativo chave para a empresa. É quase 1 milhão de viagens por dia”, diz o presidente da CCR. Nesse caso, a maior obra que terá de ser feita é a duplicação de 16 quilômetros (km) da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, que custará R$ 1,2 bilhão.

    Disputa encerrada

    A empresa também resolveu a briga sobre a concessão do Sistema Autoban. Desde 2015, havia uma discussão em torno de um aditivo contratual que dava à CCR mais oito anos de concessão. Antes de deixar o governo de São Paulo, João Doria prorrogou até 2037 as concessões da Autoban, SPVias e Via Oeste, com contrapartida de a empresa pagar R$ 1,2 bilhão de outorga. “Essa disputa causava insegurança jurídica muito grande e impedia que uma série de projetos fosse executada na velocidade necessária”, diz Cauduro. A prorrogação dos contratos com o governo paulista envolve investimento total de R$ 2,3 bilhões na melhoria e expansão das rodovias.

    A companhia sofreu com os efeitos da pandemia. Em 2021, faturou quase R$ 12 bilhões, sendo 60% vindos das concessões rodoviárias. Mas as receitas com pedágios cresceram apenas 1,6%. Em compensação, os demais negócios avançaram: mobilidade e aeroportos cresceram 73% (em parte pela incorporação de novos ativos).

    Segundo relatório do Itaú BBA, esses ativos têm sido importantes para incrementar a receita. A expectativa é de que os números melhorem, pois o volume de passageiros de aeroportos e de mobilidade urbana ainda está, respectivamente, 27% e 35% abaixo dos níveis pré-pandemia.
    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.