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    Credit Suisse: Brasil tem pior década em 110 anos e retomada só vem com reformas

    O crescimento médio da economia brasileira desde 2011 é de 0,2% em média e só não foi pior do que do que entre 1901-1910

    Economia: Brasil tem o pior crescimento desde a década de 1901 a 1910
    Economia: Brasil tem o pior crescimento desde a década de 1901 a 1910 Foto: Micheile Henderson / Unsplash

    Raphael Coraccini, colaboração para o CNN Brasil Business, em São Paulo

    Crises econômicas, ambiente político conturbado, desemprego crescente e falta de integração nacional no combate à pandemia. Esses e outros fatores colocaram os anos 2011-2020 como os piores dos últimos cem anos quando o assunto é crescimento do PIB.   

    Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo banco suíço Credit Suisse aponta que ao crescimento médio da economia brasileira desde 2011 é de 0,2%. O desempenho é o pior desde 1901-1910 e supera os anos entre 1981 e 1990, período conhecido como década perdida. Foi nesse período que país teve um incremento médio no PIB de apenas 1,6%.

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    Em seu relatório, o Credit Suisse aponta que para construir uma nova história na próxima década é preciso reativar a agenda de reformas, com foco no sistema tributário e na reforma administrativa.

    O aprofundamento das reformas, bandeira recorrente entre os agentes do mercado, surgiu formalmente sob o nome de “A Ponte para o Futuro” ainda quando Michel Temer era vice-presidente de Dilma Rousseff, no segundo semestre de 2015. Suas primeiras ações foram implementadas no primeiro semestre de 2016, assim que Temer assumiu a cadeira.

    Desde lá, as propostas tiveram ampla aceitação no Congresso. Teto de gastos, reforma trabalhista, redução do saldo dos pagamentos públicos e reforma da previdência foram realizados com a promessa de melhorar o ambiente de negócios do País e barrar a crise fiscal.

    O banco avalia que a retomada das reformas passa principalmente pela redução das despesas obrigatórias para os anos seguintes, em especial, as relacionadas aos salários de funcionários públicos e pagamento de aposentadorias. A ideia é congelar os proventos do funcionalismo público, proibir aumentos acima do teto e desindexar a previdência do salário-mínimo.  

    Segundo o Credit Suisse, os gastos em decorrência do auxílio emergencial tornam ainda mais urgente a aplicação das medidas fiscais restritivas. A continuidade do programa em 2021 necessitaria obrigatoriamente de cortes em outras despesas.

    A violação do teto de gastos não é uma opção viável, segundo o banco. “Poderia ser vista pelos agentes econômicos como a quebra do pacto de consolidação fiscal, exercido desde 2016, o que poderia desencadear uma forte deterioração do cenário econômico”, avalia em seu relatório.

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