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    Após arrematar Corsan, Aegea planeja investir R$ 16 bi em 10 anos em rede de esgoto

    Com assinatura do contrato de privatização, companhia atenderá mais de 6 milhões de pessoas no RS

    100 milhões de pessoas no Brasil que não tem acesso à rede de esgoto
    100 milhões de pessoas no Brasil que não tem acesso à rede de esgoto Foto: Agência Brasil

    Diego Mendesdo CNN Brasil Business

    São Paulo

    Com a privatização da Corsan — Companhia Riograndense de Saneamento — a Aegea Saneamento sinalizou um investimento de R$ 16 bilhões para todos os compromissos até 2033, onde o principal deles será a ampliação da cobertura de esgoto.

    “Esse é o investimento estimado para o aumento da cobertura na eficiência do sistema. Faremos um trabalho focado no processo de evolução, eficiência do consumo de energia, desenvolvimento de conexões, redução de pressão na distribuição, formação de pessoas e aumento da automação dos processos”, explica Radamés Casseb, CEO da Aegea, em entrevista à CNN.

    A Corsan possui operação em 317 municípios do estado do Rio Grande do Sul, atendendo à mais de 6 milhões de pessoas. Porém, desse total, apenas 20% tem esgoto encanado.

    “Quando olhamos o cenário nacional, estamos falando de quase metade da população sem saneamento . Então, essa oportunidade vem ao encontro da visão da Aegea de continuar investindo e contribuindo com a universalização do saneamento no Brasil”, afirma.

     

    De acordo com o estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2022”, feito pelo Instituto Trata Brasil, quase metade da população brasileira continua sem acesso a sistemas de esgotamento sanitário, utilizando fossas ou jogando o esgoto diretamente na natureza.

    A cobertura de acesso à água tratada no país é de 84,1% da população, ou 175,4 milhões de pessoas, e a rede de esgoto atende à 55% da população, ou 114,6 milhões de pessoas.

    Leilão

    A Aegea, em parceria com a Perfin e a Kinea, venceu o leilão de privatização da Corsan – com uma oferta solitária de R$ 4,15 bilhões.

    A empresa já havia vencido, em abril de 2021, dois dos três blocos leiloados da Cedae na cidade do Rio de Janeiro, que foi a primeira grande privatização pós-novo marco do saneamento. Este leilão terminou com uma arrecadação total de R$ 22,7 bilhões em outorgas e investimentos contratados de R$ 27,1 bilhões.

    A Aegea já opera no estado do Rio Grande do Sul com a PPP (parceria público-privado) de esgotamento sanitário na região metropolitana de Porto Alegre, por meio de sua Concessionária Ambiental Metrosul, atendendo a 1,6 milhão de pessoas em 9 cidades.

    Agora, operará, após assinatura do contrato, em 489 municípios no Brasil, distribuídos em 13 estados, atendendo mais de 30 milhões de pessoas.

    Raio-X das companhias

    Conforme o último balanço da Aegea, a companhia registrou R$ 949 milhões de receita líquida no terceiro trimestre de 2022, crescimento de 22% comparando com o mesmo período do ano passado. O Ebitda foi de R$ 644 milhões, aumento de 36%.

    De janeiro a setembro deste ano, a receita líquida foi de R$ 2,7 bilhões, crescimento de 28% em relação ao mesmo período de 2021. Neste mesmo tempo, o Ebitda foi de R$ 1,8 bilhão, aumento de 46%.

    De acordo com Casseb, a companhia projeta fechar 2022 com um faturamento de R$ 7 bilhões e Ebitda de R$ 3 bilhões.

    Referente a Corsan, a receita operacional líquida registrada no terceiro trimestre foi de R$ 947,4 milhões, alta de 21,9% em relação ao terceiro trimestre de 2021. As receitas de água cresceram 21,8% e as receitas de esgoto aumentaram 28,1% no período.

    O Ebitda ajustado cresceu 84,8% na comparação trimestre a trimestre, fechando em R$ 341,3 milhões.