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    ‘Apagões podem prejudicar economia em 2022’, diz ex presidente da Eletropaulo

    Brasil vive a pior crise hídrica dos últimos 90 anos, e a maior parte dos reservatórios já opera no limite

    Produzido por Thiago Felixda CNN

    Em São Paulo

    O ex-presidente da Eletropaulo Paulo Feldman acredita que é inevitável que o Brasil tenha apagões ainda este ano e que esta situação será o grande problema para a economia brasileira no próximo ano.

    O Brasil vive a pior crise hídrica dos últimos 90 anos. A maior parte dos reservatórios já opera no limite, e o brasileiro já sente o impacto na conta de energia.

    “Há um risco de termos apagões porque estamos com os níveis dos reservatórios muito baixos e precisaríamos que chovesse muito agora, o que não vai acontecer. Então é inevitável que tenhamos alguns apagões pelo Brasil afora. Isso é lamentável, porque vai prejudicar a economia brasileira e é capaz que piore a inflação, porque com a falta de energia, haverá um encarecimento ainda maior da tarifa, e a energia elétrica repercute em tudo”, diz Feldman à CNN.

    Apesar da falta de chuva e da perspectiva da continuidade da seca, que é grave e deve piorar, na visão de especialistas, Feldman diz que o cenário poderia estar melhor, se  soluções tivessem sido pensadas há dois anos, quando a estiagem já era prevista.

    Além de ter começado o racionamento há alguns meses, explica Feldman, as termelétricas deveriam ter sido ligadas com mais antecedência. “Elas são usadas para substituir a energia hídrica, que vem da água, mas deixamos para ligá-las há poucos meses, muito em cima da hora. Se tivéssemos ligado há dois anos, teríamos poupado água”, diz.

    “E agora, infelizmente, vamos ter de tomar medidas graves como racionamento, aumento ainda maior da tarifa de energia elétrica e provavelmente teremos de comprar energia de países vizinhos, principalmente do Paraguai e da Argentina, como fizemos em 2001.”

    Feldman defende a volta do horário de verão, mas afirma que o impacto é mínimo para a situação.

    “O horário de verão tem um impacto de 1% de energia. Claro que atenua a crise, mas é muito pouco diante da situação que poderemos ter.”