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    Americanas pede que mais de R$ 800 milhões bloqueados sejam devolvidos em 6 horas

    Varejista afirma que restam R$ 250 milhões em caixa após bancos resgatarem ou bloquearem valores

    Diego Mendesda CNN

    São Paulo

    Advogados do Grupo Americanas solicitaram à Justiça do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (19), que os bancos BV, Bradesco, Itaú e Safra devolvam os recursos bloqueados da conta da companhia em seis horas. Somados, os valores obstruídos chegam perto de R$ 822 milhões (R$ 821.9.931.967,94).

    Segundo o documento, o “Banco Votorantim promoveu a indevida compensação do montante de R$ 206.995.074,40 [R$ 206 milhões], o que ainda não foi objeto de restituição”.

    A Americanas indica também que o Banco Safra realizou o resgate de investimentos mantidos na instituição no valor total de R$ 95 milhões (R$ 95.078.544,76).

    Consta ainda que o Banco Bradesco bloqueou R$ 474 milhões (R$ 474.160.121,11), e o Banco Itaú R$ 45 milhões (R$ 45.698.227,67).

     

    De acordo com o documento, essas obstruções dos bancos deixaram a Americanas com cerca de R$ 250 milhões em caixa para honrar com os pagamentos de obrigações.

    “A posição de caixa disponível ao Grupo Americanas para suas atividades já havia alcançado o patamar preocupante de R$ 800 milhões [no dia anterior]”, aponta o documento.

    Na apelação, os advogados ressaltam que a companhia é um conglomerado de mais de 3.600 estabelecimentos comerciais espalhados pelo país e 146 mil acionistas, e que são responsáveis pela geração de mais de 100.000 empregos diretos e indiretos, além do recolhimento anual de cerca de R$ 2 bilhões em tributos.

    Recuperação Judicial

    A Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial feito pela Americanas nesta quinta-feira (19). O juiz Paulo Assed Estefan avaliou que a varejista atende a todos os requisitos para o processo de recuperação judicial.

    Em termos práticos, isso significa que a companhia continua de portas abertas e segue com os negócios, incluindo negociação com fornecedores e com instituições financeiras.

    O juiz decide então que, com o deferimento e a confirmação integral da liminar concedida cautelarmente, para que sejam suspensas todas as ações e execuções existentes contra as requerentes, seja confirmado o não prosseguimento de toda e qualquer cláusula que imponha vencimento antecipado das dívidas do grupo, “inclusive como medida de isonomia para a coletividade de credores”, determina.

    As dívidas da empresa somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores.

    A recuperação judicial é uma trégua que a companhia pede à Justiça para não pagar suas dívidas enquanto tenta se recuperar. O único credor que ficou de fora foi o banco BTG, porque obteve uma liminar na Justiça.

    A crise teve início quando a empresa encontrou uma “inconsistência contábil” de R$ 20 bilhões, descoberta pelo executivo Sérgio Rial, que havia sido nomeado como novo CEO da companhia.

    A CNN entrou em contato com os bancos mencionados pelos advogados da Americanas. O Banco Votorantim e Banco Itaú responderam que não vão se manifestar sobre o assunto.

    O Banco Safra e o Banco Bradesco ainda não retornaram com uma posição.