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    Amazon faturou R$ 5 bilhões com algoritmos de aumento de preços ilegais, diz órgão americano

    Segundo a Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos, a empresa monitorava seus vendedores e os punia se eles oferecessem preços mais baixos em suas plataformas

    A Amazon deliberadamente aumentou os preços em mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões, na cotação atual)
    A Amazon deliberadamente aumentou os preços em mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões, na cotação atual) REUTERS/Gonzalo Fuentes/Arquivo

    Por Diane Bartz e Arriana McLymore e David Shepardson, da Reuters

    A Amazon usou uma série de estratégias ilegais para se manter no topo do varejo online, enquanto aumentava os preços aos consumidores e extraia mais receitas de vendedores independentes, afirmou a Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos nesta quinta-feira (2).

    A Amazon deliberadamente aumentou os preços dos produtos em mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões, na cotação atual) usando algoritmos secretos conhecidos como “Projeto Nessie”, disse a comissão.

    A empresa de US$ 1 trilhão (R$ 5 trilhões) monitorava seus vendedores e os punia se eles oferecessem preços mais baixos em suas plataformas, afirmou a comissão.

    A FTC entrou com uma ação contra a empresa em setembro, mas muitos detalhes foram ocultados do público até esta quinta-feira, quando uma versão do processo com menos omissões foi divulgada no Tribunal Distrital Federal de Seattle.

    Os novos detalhes esclareceram o argumento da FTC de que a Amazon exerce um poder de monopólio que “usa um conjunto de estratégias anticompetitivas, injustas e interligadas”.

    A agência disse que a Amazon criou “internamente um código de algoritmo secreto chamado ‘Projeto Nessie’ para identificar produtos específicos para os quais previa que outras lojas online seguiriam os aumentos de preços da Amazon… A Amazon usou o Projeto Nessie para extrair mais de US$ 1 bilhão diretamente dos bolsos dos norte-americanos”.

    O porta-voz da Amazon, Tim Doyle, disse que a FTC “descaracteriza grosseiramente” a ferramenta de preços e que a empresa parou de usá-la vários anos atrás.

    “O Nessie era usado para tentar impedir que nossa correspondência de preços resultasse em números incomuns, nos quais os preços ficavam tão baixos que eram insustentáveis”, disse Doyle.

    A Amazon também exigiu que os vendedores vinculados à oferta “Prime” da empresa usassem seus serviços de logística e entrega, embora muitos supostamente preferissem um serviço mais barato ou outro que também atendesse clientes de outras plataformas em que vendem, disse a agência.

    “Embora o Projeto Nessie esteja pausado neste momento, a Amazon pode reiniciá-lo a qualquer momento. Inclusive, a Amazon várias vezes considerou reiniciá-lo — e não há obstáculos que impeçam a Amazon de fazê-lo”, afirmou a comissão.

    A Amazon começou a usar o Nessie em 2014 e, até 2018, usou-o para estabelecer preços que eram vistos pelos consumidores mais de 400 milhões de vezes, disse a FTCo.

    Em abril de 2018, a Amazon o utilizou para estabelecer os preços de mais de 8 milhões de itens comprados pelos clientes, que coletivamente custaram quase US$ 194 milhões (R$ 961 milhões), segundo o processo, antes de interromper o uso da ferramenta em 2019.

    Segundo a FTC, o executivo de varejo da Amazon, Doug Herrington, fez uma pergunta em janeiro de 2022 sobre usar “nosso velho amigo Nessie, talvez com alguma nova lógica de segmentação” para aumentar os lucros do braço de varejo da Amazon, afirma o processo.

    Veja também: Banco central dos EUA mantém taxa de juros

    Publicado por Amanda Sampaio, da CNN.