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    Alshop revela que 53% dos lojistas temem novas demissões e fechamento definitivo

    Desde o início da pandemia, 84% dos lojistas já diminuíram a quantidade de postos de trabalho devido à queda nas vendas e às restrições no expediente

    Por Circe Bonatelli, do Estadão Conteúdo

    Com o agravamento da crise do coronavírus e o fechamento do comércio em boa parte do país, 53% dos lojistas de shopping centers temem ter que realizar novas demissões e até mesmo fechar as portas definitivamente.

    Desde o início da pandemia, em março do ano passado, 84% dos lojistas já diminuíram a quantidade de postos de trabalho devido à queda nas vendas e às restrições no expediente.

    Só 35% ainda seguem confiantes na recuperação das vendas no pós-pandemia. Os dados fazem parte de levantamento divulgado hoje pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).

    A entidade diz representar empresas que somam mais de 9 mil pontos de venda em todo país.

    “A pesquisa aponta que a nova onda de fechamento já reflete diretamente na economia. Quase todos os associados já demitiram e mais da metade teme o fechamento definitivo, o que mostra a gravidade da situação”, ressaltou em nota o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun.

    “Por outro lado, medidas de ampliação do crédito não chegaram de maneira uniforme aos empreendedores pequenos, que em um shopping center representam 70% das lojas”, complementou.

    Movimento em loja em shopping de São Paulo
    Movimento em loja em shopping de São Paulo
    Foto: CNN Brasil (13.out.2020)

     

    Entre as medidas de apoio nesta crise, os varejistas aguardam a reedição do Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda, conhecido como BEm.

    Com suspensão de contratos e redução de jornada de trabalho, com pagamento de parte dos salários pelo governo, o programa garantiu a manutenção de 11 milhões de empregos, segundo o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes.

    Também há expectativa de reedição do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que concedeu R$ 37 bilhões em crédito a pequenos negócios na crise no ano passado.

    O ministro da Economia já falou em renovar a oferta de recursos, e o Congresso busca espaço no Orçamento para abastecer o programa.

    Vendas deprimidas

    Enquanto isso, os lojistas vêm sofrendo um impacto gigantesco nas vendas. O setor contabiliza 407 shoppings fechados e 194 abertos com horários e fluxo reduzidos.

    Nenhum empreendimento opera sem algum tipo de restrição, de acordo com o último levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), no fim da semana passada.

    De acordo com 87% dos lojistas consultados pela Alshop, não houve nenhuma melhora no movimento de clientes neste ano. Além disso, o tíquete médio de compra é de R$ 220 em 2021, queda de 37% ao começo de 2019 – quando a pandemia ainda não havia começado.

    Essa queda reflete o tempo menor que os clientes permanecem nos centros de compra. Antes da pandemia, um consumidor ficava em média 90 minutos no shopping. Neste ano, a média está em 30 minutos.

    Impostos

    Os lojistas de shoppings também criticaram o aumento do ICMS em produtos e combustíveis, que afetaram o varejo. No caso de São Paulo, que concentra boa parte da produção e das vendas no varejo do país, as medidas de elevação dos tributos tornaram as compras mais caras para o consumidor.

    Para 53% dos lojistas, os insumos ou produtos ficaram mais caros, mas não houve repasse para os clientes. Outros 37% repassaram os aumentos e 10% comentam não terem sido impactados com a alta dos preços nos produtos vendidos.

    “Infelizmente o empreendedor vem sendo impactado por impostos mais altos sendo, por outro lado, impedido de abrir as portas sem nenhuma compensação financeira. Em alguns casos, houve uma alta elevadíssima no ICMS, e a Alshop tem pedido aos representantes do poder público, especialmente ao Governo de São Paulo, que pelo menos o aumento de imposto seja revogado, já que boa parte do varejo está fechada”, disse Sahyoun.