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    Alberto Fernández anuncia projeto para estatizar exportadora de soja Vicentin

    Objteivo do governo argentino é conseguir uma declaração de utilidade pública para resgatar a empresa, cujo principal credor é o Banco de la Nación

    Presidente argentino, Alberto Fernández 05/02/2020REUTERS/Gonzalo Fuentes
    Presidente argentino, Alberto Fernández 05/02/2020REUTERS/Gonzalo Fuentes Foto: Gonzalo Fuentes - 05.fev.2020/ Reuters

    Carolina Figueiredo*,

    da CNN Brasil, em São Paulo

    O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta segunda (08) que enviará ao Congresso uma proposta para estatizar a exportadora de soja Vicentin. A ideia é conseguir uma declaração de utilidade pública para expropriar e resgatar a empresa, cujo principal credor é o Banco de la Nación, banco público argentino.

    Fernández considera a medida estratégica e frisou que o fato de o Estado possuir uma empresa no setor “favorece a Argentina a alcançar a soberania alimentar”. A Argentina é a maior exportadora de farelo de soja do mundo e a Vicentin uma das principais empresas fabricantes do produto no país vizinho.

    “Queremos que a empresa continue operando, que os trabalhadores mantenham seus empregos e que pequenos produtores continuem vendendo o que produzem”, disse o presidente.

    Fernández afirmou que o objetivo é “resgatar a empresa em favor da economia argentina e uma parte da economia de particular relevância, que é o mercado de grãos e cereais.”

    O projeto visa declarar a Vicentin como de utilidade pública para que ela fique sujeita a desapropriação. Após a estatização, o governo espera integra-lá a um fundo fiduciário que será gerenciado pela YPF Agro, num modelo de gestão mista. A YPF Agro é uma empresa da companhia nacional de petróleo que comercializa sementes, produtos para proteção e nutrição das culturas, além de sacos de silo e lubrificantes.

    Perfil da empresa 

    Líder em produção de alimentos, a Vicentin entrou para lista dos credores depois de anunciar que não pagaria mais sua dívida no final de 2019, como resultado de um processo de esvaziamento. O Banco de la Nácion concentra 80% da dívida financeira da empresa.

    A Vicentin deu calote (“default”) em empréstimos bancários e fornecedores no início deste ano, antes mesmo de a terceira maior economia da América Latina começar a sofrer os efeitos da pandemia de coronavírus.

    Fundada em 1929, a companhia chegou a ser a maior exportadora de soja processada da Argentina, além de carregar uma marca icônica no mercado doméstico de alimentos.

    A companhia possui uma joint venture com a Glencore chamada Renova, que é proprietária de uma grande unidade de processamento de soja na província de Santa Fe. A Renova permaneceu operacional durante o tumulto dos últimos meses. Fernández disse que não consultou a Glencore antes de decidir intervir na Vicentin.

    *Com Reuters 

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