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    Agronegócio cresce e ganha espaço no mercado financeiro; saiba como investir

    Seja na renda fixa ou na renda variável, com fundos ou com a compra direta de ações, há opções para quem quer investir em agro

    Rodrigo Loureirocolaboração para o CNN Brasil Business , em São Paulo

    O PIB do agronegócio brasileiro cresceu 9,81% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O resultado é bom não apenas para quem trabalha com negócios do campo, mas também para quem investe.

    Nos últimos anos, o volume de operações financeiras voltadas para a alocação de capital no agronegócio vem aumentando, assim como as opções para fazer com que isso aconteça. Seja na renda fixa ou na renda variável, com fundos ou com a compra direta de ações, o agro está presente no mercado financeiro.

    Saiba como investir:

    Renda fixa

    Os produtos na renda fixa vão desde Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), para os investidores com perfil mais conservador, até os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), voltados para um perfil mais moderado.

    Assim como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), as LCAs são isentas da cobrança de Imposto de Renda, além de serem cobertas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em caso de a instituição financeira não honrar os pagamentos. O dinheiro usado para a compra dos títulos é usado em empréstimos para produtores rurais e cooperativas do setor. O valor mínimo para aplicação varia, mas costuma ser de R$ 1.000.

    A rentabilidade pode ser definida de forma prefixada, em que a taxa já está definida no momento da aplicação, ou pós-fixada, em que o investidor escolhe um indicador, como a taxa do CDI, para acompanhar durante o tempo em que o capital está investido. A remuneração final vai depender do desempenho deste indicador.

    Via de regra, os CRAs possuem rendimento composto por uma taxa prefixada (vinculada ou não ao DI) e somada a um índice de inflação como o IPCA. O pagamento de juros é geralmente feito semestralmente ou anualmente. Isentos de Imposto de Renda, eles trazem um risco maior porque não contam com a proteção do FGC. O valor mínimo para aplicação também costuma ser de R$ 1.000.

    De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), houve um aumento de mais de 20% no volume de emissões de CRAs nos últimos 12 meses encerrados em outubro ante o mesmo período do ano anterior. A cifra registrada por meio dessas operações já soma R$ 14,6 bilhões e se aproxima do total registrado no ano passado, de R$ 15,1 bilhões.

    Além da questão do FGC, a diferença entre o investimento em LCA e em CRA está no tempo de resgate, que pode ser maior no segundo caso (e oferecendo uma rentabilidade mais alta por isso). Segundo Daniel de Paula, fundador da gestora de capital Nexgen, o segundo é mais indicado para investidores com perfil moderado e agressivo e sem a necessidade de sacar os recursos em curto prazo.

    Renda variável

    Outra modalidade de investimento que tem despertado o interesse são as aplicações em fundos de investimento. Em agosto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) liberou a entrada em vigor dos Fundos de Investimento nas Cadeiras Produtivas Agroindustriais (Fiagro), ampliando o leque de opções para investidores colocarem capital no agronegócio brasileiro.

    Atrativo por poder ser isento de Imposto de Renda, o Fiagro é constituído no modelo tradicional dos Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs), mas voltado para a realidade e as peculiaridades do agronegócio. Eles são geridos por bancos e distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVMs) e os recursos são usados na compra de imóveis rurais e no financiamento da produção agroindustrial.

    Vale lembrar que o investidor que vai alocar recursos em FIIs precisa levar em conta as taxas de administração cobradas, que variam de acordo com a operação.

    De acordo com Jon Kim, coordenador de operações de dívidas da Guide Investimentos, um dos motivos que deve aquecer os investimentos em agronegócio está no aumento da taxa Selic, que vem subindo sucessivamente em 2021 após um tempo de estabilidade em patamares extremamente baixos para os padrões que o investidor brasileiro estava acostumado. “Com a subida da Selic, o investidor vai estar bem posicionado nesses ativos”, diz Kim.

    Para quem busca uma opção dentro da bolsa de valores, a B3 já conta com papéis voltados exclusivamente para operações com o agronegócio. Seja na produção agrícola ou na pecuária.

    Neste caso, o interessado, que deve entender o investimento como uma opção de maior risco devido às oscilações do mercado financeiro, deve buscar uma corretora para realizar a aplicação nos papéis em que deseja. Como a operação pode incidir a cobrança de IR, é necessário que o investidor declare as operações na hora de fazer o Imposto de Renda subsequente.

    Outro ponto de atenção é no valor do investimento. O lote padrão negociado na B3 é de 100 papéis por operação. Ou seja, uma ação que custa R$ 10 elevaria o preço do investimento para R$ 1.000 a menos que o investidor não opte pelo mercado fracionário. Neste segundo caso, os investimentos podem partir por valores bem mais baixos e acessíveis.

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