Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Aéreas veem movimento “político” do governo Lula e pouco espaço para baixar preços

    Diagnóstico é que a ofensiva reflete o desejo do governo de comunicar à população estar atento e preocupado com as passagens

    Renata Agostinida CNN , em Brasília

    A decisão do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, de convocar as companhias aéreas para tratar do alto preço das passagens foi visto por executivos e atores importantes do setor como um movimento político com poucas chances de resultar em medidas práticas no curto prazo.

    O diagnóstico é que a ofensiva reflete o desejo do governo de comunicar à população estar atento e preocupado com as passagens, já que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxe esse assunto durante a eleição presidencial.

    Segundo fontes do setor, o contexto político é o que explica o movimento do governo sobre as aéreas, uma vez que não houve mudança significativa no cenário de preços nos últimos meses.

    Como Lula se aproxima do marco de um ano de seu terceiro mandato, o governo fica cada vez mais pressionado a “prestar contas” sobre algumas promessas e o barateamento dos voos domésticos está entre elas, lembra um executivo.

    O fato é que as empresas não enxergam no curto prazo caminhos para uma redução significativa dos preços. Executivos das aéreas argumentam que, neste ano, houve queda no preço do querosene de aviação e o preço médio das passagens aéreas também caiu, acompanhando de certa forma o movimento.

    A própria Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que foi chamada para a rodada de conversas pelo Ministério de Portos e Aeroportos, não tem como atuar diretamente para baixar os preços. A legislação veda qualquer interferência nas tarifas.

    A Anac deve atuar como uma espécie de mediadora na relação das aéreas com o governo e subsidiar o ministério com sugestões para reduzir o custo das empresas – o que, no limite, pode ajudá-las a reduzir o preço das passagens, dizem integrantes da agência.

    A ideia do governo de incrementar o acesso a financiamento pode impulsionar os planos das aéreas de renovarem suas frotas. Com mais aviões e mais oferta de voos, os preços tendem a baixar, segundo executivos das companhias.

    Há, porém, um problema na produção de aviões que vem afetando o setor no mundo todo. Por isso, o efeito no mercado brasileiro seria sentido só no médio prazo.