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    Ações da Qualicorp despencam após fundador ter mandado de prisão decretado

    Empresário está sendo investigado pela Operação Paralelo 23 por supostamente organizar doações ilícitas à campanha eleitoral de José Serra em 2014

    Após o Ministério Público Eleitoral de São Paulo emitir um mandado de prisão preventiva para o fundador e ex-CEO do grupo Qualicorp, José Seripieri Júnior, nesta terça-feira (21), as ações da empresa de empresa no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, passaram a despencar 6%, por volta das 10h41 da manhã, sendo negociadas aos R$ 29,94 — enquanto o Ibovespa crescia cerca de 0,4%. No pior momento do pregão desta manhã, os papéis da empresa chegaram a cair 7%. 

    A queda brusca nas ações da companhia aparece como uma reação do mercado à investigação da Operação Paralelo 23. Segundo a Polícia Federal (PF), o empresário teria, supostamente, organizado doações ilícitas à campanha eleitoral de José Serra, quando o político concorria ao Senado, em 2014.

    Dona de um valor de mercado em torno de R$ 8,5 bilhões, o recuo brusco nos papéis da Qualicorp vão na contramão da recuperação conquistada pela companhia após a pandemia do novo coronavírus. No dia 19 de março, após os primeiros casos da doença estourarem no país, as ações da empresa saíram de um valor de quase R$ 40, para R$ 17,11.

    A recuperação, porém, não demorou muito para vir: no início de maio, a empresa finalmente passou a recompor as perdas impostas pela pandemia, voltando a um patamar próximo de R$ 25. Já em junho, os papéis da companhia de plano de saúde subiram quase 3% e encostavam no valor de R$ 30. 

    Diante da recuperação – e com boas perspectivas de valorização para o futuro – a companhia era apontada por consultores como boa oportunidade de investimento após alcançar a maior valorização da B3 em 2019, com um crescimento de 243%.

    De acordo com a corretora Gauss Capital, a crise provocada pela pandemia trouxe um grande temor sobre as consequências para o setor de saúde. Muitas empresas, inclusive, apresentaram alta em sinistralidade e inadimplência. “Surpreendendo tal pensamento acreditamos que o setor de saúde seguirá tendo um desempenho bastante positivo e, por isso, acreditamos que a Qualicorp, com seus planos de afinidade, deverá ter uma excelente performance”, diz Jorge Junqueira, sócio da Gauss. 

    Agora, em meio às investigações, os papéis da empresa sofrem um revés. Ainda é cedo, porém, para afirmar se as investigações vão impactar ainda mais as ações da companhia no médio ou longo prazo. 

    Entena o caso

    José Seripieri Filho, o Júnior, preso na manhã desta terça-feira (21) pela Polícia Federal, é um empresário conhecido no setor de saúde. Ele é o fundador da Qualicorp, uma das maiores empresas de planos de saúde do país. Tornou-se um dos primeiros bilionários brasileiros do segmento.

    De acordo com o MP, o fundador da Qualicorp foi responsável por operacionalizar e também coletar doações não contabilizadas, por caixa 2, para a campanha do então candidato. O montante na conta chegava a R$ 5 milhões, segundo as investigações.

    Em fato relevante, publicado mais cedo, a companhia brasileira de seguros de saúde confirmou que a Polícia Federal (PF) realizou mandados de busca e apreensão em sua sede e em outros endereços relacionados a Seripieri. “A nova administração da empresa fará uma apuração completa dos fatos narrados nas notícias divulgadas na imprensa e está colaborando com as autoridades públicas competentes”, dizia ainda a nota.

    A assessoria de imprensa de Serra classificou a operação de “abusiva”, disse que os endereços do senador foram alvo de mandados de busca e apreensão pela PF há 20 dias, que a investigação se baseia em “fatos antigos” e que ele não tem conhecimento da apuração e jamais foi ouvido.

    “José Serra lamenta a espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país, reforça que jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos. Importante reforçar que todas as contas de sua campanha, sempre a cargo do partido, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”, afirmou a assessoria do tucano em nota.

    (com Reuters)

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