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    Petrobras tem maior queda da história na Bolsa com tombo dos preços do petróleo

    Perda do preço da commodity ocorreu após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado

    Reuters

    As ações da Petrobras negociadas na Bovespa chegaram a desabar mais de 25% nos primeiros negócios desta segunda-feira, maior queda da história dos papéis, com a perda de valor superando R$ 81 bilhões no pior momento, na esteira do tombo do petróleo no exterior, onde as cotações chegaram a cair mais de 30%.

    Sede Petrobras

    Sede da Petrobras. Estatal brasileira afirma que está monitorando os preços do petróleo 

    Foto: Sérgio Moraes/Reuters (09.Mar.2020)

    A forte queda na cotação da commodity ocorreu após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado. Os sauditas cortaram seus preços oficiais de venda.

    Por volta das 11:30, o papel Petrobras PN (preferencial, sem direito a voto) caía 21,77%, a R$ 17,86, e Petrobras ON (ordinário, com direito a voto) recuava 22,49%, a R$ 18,65. Perto das 10h30, os papéis tiveram as negociações suspensas depois que a bolsa acionou o mecanismo de circuit breaker após o Ibovespa cair 10%. Os negócios foram interrompidos por 30 minutos até às 11h01.

    Na mínima até o momento, Petrobras PN caiu 25,5%, a R$ 17, menor patamar intradia desde setembro de 2018, e Petrobras ON recuou 26,97%, a R$ 17,57, mínima intradia desde junho de 2018. O declínio representa uma perda de valor de mercado de R$ 80,9 bilhões.

    Analistas do Bradesco BBI cortaram a recomendação para os papéis da Petrobras para “neutra”, reduzindo o preço-alvo das preferenciais para R$ 23,50 ante R$ 38, para incorporar “um cenário de preço do petróleo mais pessimista em nosso modelo após a enorme decepção com a última reunião da Opep e as repercussões anunciadas pela Arábia Saudita”.

    O Goldman Sachs cortou sua previsão para os preços do petróleo Brent para o segundo e terceiro trimestres de 2020 para U$S 30 o barril, “com possíveis quedas de preços para níveis de estresse operacional e custos de caixa bem próximos de US$ 20 o barril”, conforme relatório a clientes ainda no domingo.

    Analistas do BTG Pactual ponderaram que é difícil projetar qualquer cenário neste momento, acrescentando que seu panorama base consiste em preço do Brent em US$ 57,50 e dólar a R$ 4,25, o que indicaria papel negociando abaixo de 5 vezes Ebitda, conforme nota a clientes.

    “Mas sabemos que claramente existe risco de ‘downside’ nesse cenário (o que pode disparar revisões de previsões de lucros para baixo). Considerando o Brent no preço atual de US$ 36, a ação estaria negociando a 9,2 vezes o Ebitda 2020.”