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    Pandemia dará oportunidade de tornar o país mais eficiente, diz Carlos da Costa

    Para secretário da Produtividade, Emprego e Competitividade, o governo deu a ajuda suficiente para o país aguentar a crise, mas crê que impacto deve ser grande

    André Jankavski do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    O governo fez a sua parte, mas é impossível reduzir todos os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus. Essa é a opinião do secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa. Mesmo assim, na opinião do secretário, é possível enxergar uma oportunidade em meio ao caos: transformar o Brasil em um país mais produtivo e eficiente.

    “A crise deixou ainda mais claro que o Brasil é um país recheado de dificuldades para uma empresa produzir”, disse o secretário em entrevista exclusiva ao CNN Brasil Business.

    Para o secretário, é possível enxergar os gargalos mais claramente e que, assim, existe uma oportunidade do Brasil se posicionar de maneira diferente frente ao resto do mundo. Inclusive, de conseguir atender setores que, atualmente, dependem muito de mercados asiáticos, especialmente a China.

    “O Brasil pode ser uma alternativa, pois ficou provado que ninguém pode mais depender de apenas um ou dois mercados”, diz Costa. “E o Brasil tem uma indústria sólida, que mostrou uma capacidade grande de se reinventar”.

    Sobre a escolha muito alardeada nos últimos dias entre saúde ou economia, o secretário não acredita que é possível tomar um direcionamento pesando apenas um dos lados. Mas, de acordo com ele, mesmo com o pacote de ajuda do governo, será impossível evitar um colapso na economia caso não se pense em um plano para retomar a vida após a quarentena.

    “Da mesma forma que se todos voltarem ao trabalho sem nenhum cuidado, teríamos um colapso na saúde”, complementa. 

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    Como evitar a quebradeira de empresas?

    Na visão de Costa, o mundo não será o mesmo após a pandemia e diversos setores terão que lidar com esse fato. Os hábitos de consumo mudarão e os setores mais atingidos pela crise precisarão reaprender a atender os seus clientes.

    Mas, segundo ele, não existirá um colapso em nenhum setor graças à união do setor privado com o poder público, especialmente do sistema financeiro. O desafio, agora, é conseguir que todo o dinheiro liberado pelo governo chegue a ponta e consiga dar um fôlego para as empresas sobreviverem.

    Ele cita como exemplo a Medida Provisória do Trabalho, realizada neste mês, que deu maior liberdade para as empresas negociarem afastamentos e diminuição de salário com seus funcionários. Apesar de impopular, Costa afirma que a medida evitou que 12 milhões de pessoas fossem para a rua nesse início de pandemia.

    “Muitas empresas estão se tornando viáveis com a medida e as demissões não cresceram tanto como em outros países”, diz Costa, que admite, no entanto, que a taxa de desemprego deve ter um salto nos próximos meses. “Na retomada vamos ter o desafio de recolocar todas essas pessoas.”

    Entre as medidas, Costa cita a aprovação de reformas microeconômicas, como os marcos regulatórios de setores como gás e energia elétrica e, claro, as mudanças macroeconômicas.