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    “A gente engasga com farelo do pão, não com o pão inteiro”, diz Rui Costa sobre regra fiscal

    Ministro da Casa Civil disse que o prolongamento das discussões ajudará na tramitação da proposta no Congresso

    Daniel RittnerTainá Falcãoda CNN

    O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta quarta-feira (22) que o prolongamento das discussões sobre a nova regra fiscal ajudará na tramitação da proposta no Congresso Nacional.

    Costa afirmou que visões diferentes do PT e de lideranças parlamentares sobre a futura regra são “legítimas e necessárias”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo ele, não quer “a paz dos cemitérios” no debate sobre o assunto. “Queremos contribuições”.

    Para o ministro, não há problemas em deixar a apresentação da proposta para depois da viagem de Lula à China. “Algumas nações gastam muito tempo no planejamento para gastar menos tempo na execução. Se você deixa a pressa lhe conduzir, pode pecar na implementação. Cautela, no arcabouço fiscal, é perfeitamente compreensível. Uma pressa exagerada para ganhar dez dias no envio pode significar atraso na aprovação”, disse Costa, em conversa com um grupo de jornalistas, no Palácio do Planalto.

    Costa negou divergências com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e considerou normal haver a necessidade de ajustes. De acordo com ele, Lula recebeu uma concepção geral da nova regra fiscal, que ainda precisa ser transformado em texto. “Às vezes a gente engasga com o farelo do pão, não com o pão inteiro”, afirmou.

    Uma das principais mudanças exigidas por Lula na proposta original da Fazenda seria uma flexibilidade maior para acomodar gastos em educação e saúde.

    Apesar da negativa de Costa, fontes relataram à CNN uma indisposição entre ele e Haddad. Nesta terça-feira (21), o ministro da Fazenda teria chegado pontualmente para reunião da junta orçamentária do governo, às 8h30.

    Depois de ter aguardado a chegada de Costa, por cerca de 45 minutos, Haddad decidiu retornar ao ministério para o restante de sua agenda do dia. Ele deixou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, como representante. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela CNN.

    No café com jornalistas, Costa criticou a proliferação de “intrigas” e “fofocas inúteis”. “Alguém criou a tese de que há uma disputa entre eu e o Haddad, passa semanas alimentando isso. Para ficar mais próximo, só se eu morasse com ele e ele comigo”, afirmou.