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    90% da inovação no Brasil é feita com investimento privado, aponta sondagem CNI

    Pesquisa com 196 empresas industriais e de serviços mostra que apenas 10% delas usam recursos públicos para inovação

    Maior parte das empresas consultadas enxerga a importância de investir em P&D e destina recursos para produtos e processos inovadores
    Maior parte das empresas consultadas enxerga a importância de investir em P&D e destina recursos para produtos e processos inovadores ThisIsEngineering/Pexels

    CNN Brasil Business

    Quase 90% das médias e grandes empresas industriais custearam, com recursos privados, as iniciativas de inovação ao longo de 2020. O dado faz parte da sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira (9).

    Das 196 empresas que participaram da pesquisa, apenas 10% utilizaram linhas de financiamento público à pesquisa e desenvolvimento (P&D).

    “Os resultados referentes às fontes de financiamento confirmam uma realidade que se arrasta há anos e governos no Brasil: o país não prioriza a área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e a inovação empresarial é feita com baixo apoio público”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

    Os dados apontam ainda que 73% das empresas entrevistadas inovaram em 2020 —alta de cinco pontos percentuais em relação a 2019, quando 68% dessas empresas informaram ter desenvolvido algum produto ou processo novo.

    Entre as que não inovaram, as principais razões alegadas foram custos de implementação muito elevados e outras estratégias relevantes para a competitividade, seguidos por falta de pessoal qualificado na empresa e falta de linhas de financiamento adequadas.

    Já em relação aos investimentos realizados, 57% são destinados para contratação de profissionais, apontou o levantamento. Outros 20,6% vão para despesas de capital e 22,6% para outras despesas correntes.

    O percentual médio de investimento em P&D em relação à receita líquida de vendas das empresas caiu de 2,4%, em 2019, para 2%, em 2020, embora mais empresas tenham inovado de um ano para o outro.

    Para a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio, pode haver um descompasso entre a taxa de inovação e o investimento em P&D pois as inovações podem ser resultado de atividades de pesquisa e desenvolvimento realizadas em anos anteriores. “Além disso, nem toda inovação deriva exclusivamente do investimento em pesquisa e desenvolvimento.”

    De todo modo, segundo Sagazio, “é razoável supor que o quadro econômico deva ter contribuído para a queda observada de 2019 para 2020, período que coincide com o início da pandemia e de fragilização financeira das empresas.”

    De acordo com o levantamento, 51,1% das empresas que responderam à consulta tiveram alguma cooperação com outra organização para realização de P&D, a chamada inovação aberta.

    Sobre o levantamento

    A consulta empresarial foi realizada pela CNI entre outubro de 2021 e fevereiro de 2022, entrevistando executivos e CEOs de 196 empresas atuantes no setor de serviços, indústrias extrativas e de transformação com mais de 50 trabalhadores.

    Entre as 196 empresas consultadas, 74 fazem parte da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo que reúne mais de 400 das principais lideranças de empresas com atuação no país.