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    5 dicas da Nathalia Arcuri sobre o que fazer com o décimo terceiro

    A influenciadora, empresária e dona do canal "Me Poupe" aconselha a pagar as dívidas mais caras e também negociar os impostos de 2021. Entenda mais

    Foto: Divulgação/Instagram

    Raphael Coraccini,

    colaboração para o CNN Brasil Business

    A primeira parcela do décimo terceiro caiu na conta de 80 milhões de brasileiros na segunda-feira (30). O valor médio do salário extra está em R$ 2.458 por trabalhador e deve injetar R$ 215 bilhões na economia, segundo o Dieese.

    Em ano de pandemia e crise econômica, esse dinheiro pago pelas empresas surge como boia de salvação para muitas famílias. Porém, o mau uso pode acabar com o sonho de ter um ano novo realmente promissor e financeiramente saudável.

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    Especialista em finanças pessoais e CEO do canal Me Poupe! no YouTube, com mais de 5,5 milhões de inscritos, Nathalia Arcuri responde dúvidas que os brasileiros e brasileiras podem ter sobre como usar, de maneira sábia, o décimo terceiro salário.

    O que preciso pensar antes de gastar o dinheiro do décimo terceiro? 

    Arcuri alerta para a necessidade de pensar que o dinheiro não foi feito para gastar, mas para servir a determinadas finalidades.

    “Essa mudança simples de palavra, de gastar para servir, já ajuda a tomar decisões mais conscientes em relação ao dinheiro”, afirma. “Se dinheiro foi feito para gastar, significa que a gente está gastando nosso tempo empregado na conquista desse dinheiro”, completa.

    Uma medida prática que ela indica para uso consciente do décimo terceiro é trocar o cartão de débito pelo papel. Essa medida nada usual e que vai na contramão das soluções que os bancos têm criado para facilitar o pagamento é, realmente, dificultar o pagamento.

    “Quando usamos o dinheiro físico, a gente aumenta nossa dor de pagamento, o que faz a gente tomar decisões mais conscientes e fazer menos compras por impulso”, ressalta.

    Quais os erros mais comuns no uso do salário extra? 

    Para ela, os erros mais graves não estão no uso do décimo terceiro, mas nos gastos praticados ao longo de todo o ano.

    “O décimo terceiro acaba sendo a tábua de salvação conta todos os erros que foram cometidos ao longo do ano. O jeito certo de usar o décimo terceiro é para pagar dívidas, principalmente aquelas que já estão com os juros super altos”.

    Mas essas dívidas a serem pagas devem ser apenas as que estão em atraso.

    “Se você tem dívidas tradicionais, como financiamento e parcelas de cartão de crédito, mas que você consegue honrar, o ideal é deixar esse dinheiro reservado para pagar as contas do ano que vem”, explica.

    Fazer uma reserva de emergência pode ser outra solução interessante em vez de antecipar pagamentos.

    Quais dívidas pagar primeiro?

    Para quem ficou inadimplente e não conseguiu honrar parcelas ao longo de 2020, a prioridade é usar o décimo terceiro para pagar o que está causando maior dor de cabeça.

    “Principalmente aquelas (contas) que cobram juros mais altos, que são, geralmente, as do cartão de crédito ou do cheque especial”, diz.

    Ela destaca ainda os efeitos negativos das dívidas do cheque especial no planejamento financeiro. Os pagamentos desse tipo de dívida são compulsórios, ou seja, assim que o dinheiro cai na conta ele é usado para abater a dívida, a juros altíssimos e sem a possibilidade de negociação, o pior dos mundos para as contas pessoais.

    A estratégia para não ver o dinheiro ir para o ralo no pagamento do cheque especial é se antecipar, procurar o gerente da conta e negociar um valor próximo ao do início da dívida.

    “Os juros são tão altos que é praticamente impossível você pagar o que deve. E vamos combinar que você também não precisa”, diz a especialista.

    O caminho para fazer essa negociação é olhar os documentos que comprovam o valor inicial da dívida, seja no cheque especial ou no cartão de crédito.

    “Se a fatura que você deixou de pagar ou se quando você pagou o mínimo tem o valor financiado de R$ 500, você vai pegar o décimo terceiro e usar para pagar algo bem próximo ou menor do que isso. Principalmente, se você já pagou alguma coisa. Você está pagando só juros. Então você vai negociar para pagar o valor inicial que você devia, sem juros”, detalha.

    Devo levar a pandemia em conta no uso do dinheiro?

    Arcuri acredita que, para definir a melhor maneira de usar o décimo terceiro, é fundamental não só considerar a extensão da pandemia para 2021, mas também os efeitos de medidas macroeconômicas.

    “Esteja atento aos noticiários, saiba se vai ter o tal do auxílio emergencial para o ano que vem, e como isso vai afetar o seu bolso”, alerta.

     

    Outro comportamento importante de acompanhar é o do dólar em relação ao real, que impacta o preço de produtos variados, do trigo aos eletrônicos.

    “Vimos como a alta do dólar impactou no preço do arroz e de alimentos que deixaram de estar na mesa dos brasileiros. Então, sim, é algo que você não só pode como deve ficar de olho, porque isso vai mexer no seu bolso”, aconselha.

    Devo investir o décimo terceiro?

    A especialista aconselha investir só depois de quitada as contas em atraso e antecipado alguns pagamentos fixos que aparecem todo começo de ano.

    “Os descontos dados tanto no IPVA quanto no IPTU valem muito a pena de serem negociados à vista”, explica.

    Com objetivos muito claros e as contas em dia, é hora de aplicar.

    “Onde investir vai depender do prazo (para retorno), do que você quer fazer, para quando você quer fazer, qual o seu perfil de risco. Aí vai ter que estudar”, finaliza Nathalia.

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