Vendas no varejo devem crescer 2% entre maio e julho, projeta Ibevar
Levantamento enviado com exclusividade ao CNN Brasil Business mostra que o comércio deve se recuperar lentamente ao longo de 2021
O varejo passa por um momento extremamente desafiador. As vendas apresentaram a famosa “recuperação em V”. Agora, a curva se parece com o símbolo de raiz quadrada, com as vendas estagnadas no mesmo patamar desde dezembro do ano passado.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga os números oficiais do desempenho do varejo. O último levantamento divulgado foi o de março deste ano, quando as vendas do varejo caíram 0,6% em relação ao mês anterior. Mais cedo, em fevereiro, as vendas subiram 0,6% na comparação com janeiro. Ou seja, o comércio está praticamente no zero a zero nos últimos meses.
Porém, uma projeção do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo) mostra que o varejo deve começar uma curva ascendente. Um levantamento enviado com exclusividade para o CNN Brasil Business mostra que o varejo deve crescer 0,93% em maio na comparação com as vendas de abril e 2% entre maio e julho. A estimativa cabe para o varejo restrito, que desconsidera veículos, autopeças e materiais de construção.
Destaque para o segmento de Supermercados, que deve apresentar alta de 1,61% em maio. Os supermercadistas, porém, devem ficar 6,22% abaixo do resultado de maio do ano passado.
Tecido, Vestuário e Calçados também devem apresentar alta de 1,61% e continuar o rali em junho e julho, quando é esperado que o segmento cresça 1,15% e 0,82%, respectivamente.
Para o varejo restrito, em geral, a tendência é de alta até o início do segundo semestre. Em junho, o Ibevar projeta alta de 0,77% nas vendas ante maio. Em julho, a expectativa é de crescimento de 0,34%.
Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, afirma que o varejo seguirá crescendo no segundo semestre. “Acreditamos em uma retomada gradual do varejo, a menos que algo muito inusitado aconteça. Com a vacinação avançando, mesmo que em ritmo menor que o desejado, a confiança do consumidor e do varejista será retomada”, afirma.
O crescimento do varejo se dará pela base de comparação fraca depois de um 2020 difícil.