Vendas de eletrodomésticos já estão em recuperação, diz CEO da Whirlpool
Em junho, segundo João Carlos Brega em entrevista ao CNN Líderes, o volume de vendas em algumas categorias foi até superior ao registrado no mesmo mês de 2019
O setor de eletrodomésticos, conhecido como linha branca, não vinha tendo vida fácil nos últimos anos. Para se ter uma ideia, em 2019, levando em conta o número de unidades, o volume de vendas do setor foi o equivalente ao registrado em 2010. Na Whirlpool, que é líder de diversos segmentos com suas marcas Brastemp e Consul, a situação não era tão diferente.
Porém, mesmo que lenta, a recuperação vinha acontecendo. Aí, veio a pandemia e quedas acima dos 25% na última semana de março e no mês de abril. A partir de maio, no entanto, uma surpresa: o buraco não era tão grande e as vendas começaram a recuperar.
Em junho, segundo João Carlos Brega, presidente da Whirlpool para a América Latina, o volume de vendas em algumas categorias foi até superior ao registrado no mesmo mês em 2019.
“As pessoas começaram a ficar mais tempo em casa e perceber que os eletrodomésticos não tinham a mesma performance ou até mesmo design”, disse Brega em entrevista ao CNN Líderes.
E houve até uma mudança de comportamento do consumidor. No início da pandemia, por exemplo, houve crescimento nas vendas de cervejeiras e máquinas de lavar louça. “As pessoas viram que cozinhar em casa é muito bom, mas ter algo para lavar a louça melhora ainda mais”, diz Brega.
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Outra que teve destaque foi a máquina de bebidas em cápsula B.blend, em que a Whirlpool tem uma sociedade com a Ambev. Segundo Brega, o número de cápsulas vendidas saltou 40% no período da pandemia.
Muitas dessas vendas foram realizadas pela internet. Mesmo assim, o executivo não acredita que as lojas físicas irão diminuir de importância. “O que vemos é uma combinação: comprar pela internet e fazer a retirada em uma loja próxima”, diz Brega.
A Whirlpool, mesmo com a pandemia, não realizou demissões no período, mas Brega ressalta que também não foram realizadas demissões. Mas para que a recuperação continue, é necessária uma contribuição do governo.
“Acredito que o Brasil terá uma recessão, mas não da magnitude do que estão falando. Se o governo e o Congresso apoiarem a iniciativa privada, podemos atenuar essa situação”, diz ele.
Confira a entrevista completa em vídeo ou em podcast.
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