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    Venda online dispara, e ação da Magazine Luiza já vale mais que antes da crise

    Papel bateu valor recorde de R$ 64,48, 35% mais do que a cotação em 1º de janeiro; Ibovespa caiu 26% no mesmo período

    Juliana Elias, , do CNN Brasil Bunsiness, em São Paulo

    O lucro da rede de varejo Magazine Luiza, divulgado nesta terça-feira (26), despencou 76% no primeiro trimestre. Ainda assim, suas ações dispararam mais de 6% e consolidaram um feito que poucas empresas da bolsa de valores brasileira conseguiram realizar: já estão valendo mais hoje do que antes do estouro da crise do coronavírus, que dilacerou os mercados do fim de fevereiro em diante. 

    No caso específico do Magazine Luiza, isso significa também que a cotação atual, em plena pandemia, é a maior de sua história, uma vez que os papéis da companhia já vinham de anos de altas recordes antes da crise.

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    No pregão desta terça-feira, as ações dela subiram 6,8% e fecharam no valor inédito de R$ 64,48 – é 35% mais do que a cotação em 1º de janeiro (R$ 47,66) e 9,6% mais que o recorde pré-crise, de R$ 57,86, em 19 de fevereiro. Contrasta bastante com o Ibovespa, índice que reúne as maiores empresas listadas na bolsa e que, em 2020, ainda acumula perdas de 26%. 

    Por trás do otimismo, está o pujante pilar digital da rede, que já era um ponto forte de seu plano de negócios e que, em tempos de isolamento, foi essencial para segurar a receita e a ajudar a se descolar com razoável folga do restante do setor. 

    O lucro da rede despencou de R$ 132 milhões, no primeiro trimestre de 2019, para R$ 31 milhões nos três primeiros meses de 2020, e a receita das lojas caiu 4,5% (desconsideradas as unidades abertas no último ano). A queda é efeito direto do fechamento das lojas físicas, que foram colocadas em quarentena em março. Os números são bem negativos, mas os analistas estão de olho mesmo é em outra linha do balanço: a receita do e-commerce disparou 73% no mesmo período. 

    O salto no lado virtual levou a XP Investimentos a revisar sua projeção de preço para a ação da rede até o fim do ano, de R$ 58, na perspectiva anterior, para R$ 78 agora. “O ritmo da aceleração é uma surpresa positiva e mostra como a companhia está bem posicionada não só para atravessar os desafios impostos pela crise atual, mas também para continuar acelerando os seus esforços de ganho de participação de mercado e de aumento da monetização da plataforma”, escreveu o analista da XP Pedro Fagundes, em relatório a clientes.
     
    Pedro Galdi, analista de investimentos da corretora Mirae Asset, considera que o preço já está alto e não há muito mais espaço para valorização – ainda assim, não acredita também em fortes correções para baixo e mantém o papel entre as recomendações da casa.

    “Ela já vem de fortes altas lá atrás e, justamente por que já subiu demais, tem um potencial de valorização baixo”, disse. “A Magazine Luiza já está cara, mas, em um momento em que há novos investidores chegando, é uma companhia que chama a atenção. A empresa já tinha um aplicativo forte, com milhões de consumidores, e as outras agora estão indo atrás.”

    É bom lembrar, no entanto, que há algum tempo muitos analistas acreditam que a ação da varejista está cara, mas o valor das ações insiste em subir. Somente em 2019, por exemplo, a valorização foi de 111%. E os números continuam crescendo – mesmo durante uma pandemia.

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