Vamos fazer nova rodada de programas de crédito, diz Guedes
Empresários já esperam o lançamento de uma linha de financiamento para médias e grandes empresas, que deverá ser operacionalizada pelo BNDES
Após reconhecer que as medidas de crédito já anunciadas pelo governo não estão sendo suficientes para socorrer as empresas brasileiras em meio ao avanço da pandemia da Covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu lançar uma nova “rodada” de programas de crédito. “Esse crédito é insuficiente e o desempenho não é satisfatório, claramente. Admitimos isso e estamos aperfeiçoando os programas. Vamos jogar uma nova rodada de programa de crédito”, disse.
Ele participou, nesta sexta-feira (29), de seminário virtual Gás para Desenvolvimento, promovido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Sem dar mais detalhes do que será anunciado pela pasta, o ministro destacou que o BNDES estará à frente dos novos programas.
Vale destacar que, há algum tempo, os empresários já esperam o lançamento de uma linha de financiamento para médias e grandes empresas, que deverá ser operacionalizada pelo BNDES com o Fundo Garantidor de Investimentos (FGI).
Embora admita que, em termos de crédito, o recurso não esteja chegando na ponta, o ministro explicou que a situação é um impasse entre o volume de demanda e oferta. “A verdade é que é importante entender que a oferta de crédito subiu bastante mas a demanda por crédito aumentou de forma explosiva. O capital de giro das empresas desapareceu, porque a economia travou. Quando todas as empresas têm queda de faturamento, é natural que falte capital de giro”, observou.
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Para ele, “da mesma forma que essa pandemia, por que a gente faça, deixará mortos, a taxa de mortalidade das empresa também subiu”. Na a visão dele, no entanto, não é possível salvar a saúde da população sem salvar a economia. “As duas asas são fundamentais para o voo”, afirmou.
“Vírus veio de fora”
Guedes destacou ainda o “esforço muito grande” do governo para garantir os recursos à população durante a crise. “Temos enorme consideração pela população brasileira. Temos obrigação de lançar camadas de proteção”, comentou. Ele lembrou que o vírus da Covid-19 “veio de fora” e por isso não faz sentido “atacar” a atuação do governo.
“É cretino atacar o governo do seu próprio país em vez de ajudar o governo do seu próprio país num momento desses. Ninguém quer apoio a erros. Se erramos, nos critique. A mim não me afeta”, completou.
Em relação as tensões entre o Executivo e o Legislativo e Judiciário, o ministro acredita ser normal da democracia que os poderes “demarquem seus territórios”. “É natural. Se um poder pisa no pé de outro, ele recebe um empurrão. Isso é natural. É da própria crise”, argumentou.
No entanto, Guedes defende que a “briga” aconteça somente após passada a crise. “Briga na margem. Se brigar no barco, o barco naufraga”, ponderou.
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