Trump x Biden: por que as ações de tecnologia sobem com a indecisão nas urnas?

A volatilidade voltou ao mercado, assim como o sobe e desce de algumas ações. Os papéis das empresas de tecnologia dispararam em meio à contagem de votos. Isso aconteceu porque, mesmo que o democrata Joe Biden ocupe a Casa Branca nos próximos quatro anos, não deverá passar facilmente medidas de aumento de impostos ou de regulação das big techs com a nova composição do Congresso americano.

Já, no caso da reeleição do republicano Donald Trump, esses temas não devem colocados em pauta, já que não aparecem em sua agenda prioritária.

Logo, as ações das big techs subiam fortemente em meio às eleições americanas. O Facebook, por exemplo, tinha alta de 8,32%, seguida por Alphabet, dona do Google, com valorização de 6,09% e Amazon com alta de 6,32%. Também em alta, mas um pouco menos vigorosa, a Microsoft subia 4,82% e a Apple tinha alta de 4,08%.

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No entanto, é bom deixar claro que esse movimento de alta faz parte de um momento de especulação no mercado. Para Rafael Panonko, analista-chefe da corretora Toro Investimentos, esse sobe e desce no setor, e no mercado em geral, deve continuar nos próximos dias.

“Essa especulação de curtíssimo prazo vai continuar até a confirmação do novo presidente”, diz Panonko.

Por aqui no Brasil, o setor de tecnologia também está em alta. Mais especialmente o de e-commerce. As ações de empresas como B2W (BTOW3), Via Varejo (VVAR3) e Magazine Luiza (MGLU3) estão entre os destaques. Isso quer dizer que estamos vendo um movimento similar no Brasil ao que acontece lá fora? Não necessariamente.

“O setor de tecnologia no Brasil é muito ligado ao e-commerce, que tem mais a ver com a infraestrutura e entrega. Então, como a segunda onda da Covid-19 ainda está em pauta, e a tendência de compras pela internet continua em alta, essas empresas se tornam boas opções de investimento”, diz Panonko. 

Para Henrique Esteter, analista da corretora Guide, o movimento também ocorre porque os investidores estão enxergando um cenário mais claro pós-eleição americana, então eles voltam a apostar em ativos menos defensivos. 

“Com as incertezas diminuindo, o mercado está fazendo a rotação de empresas mais defensivas para outras. Mas o pior cenário eleitoral continua em aberto, que é uma possível judicialização”, diz Esteter.

Siderurgia em queda

Na outra ponta estão as companhias exportadoras, especialmente as empresas ligadas ao setor de siderurgia. Se ontem, empresas como CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) foram os destaques positivos da bolsa, hoje foi dia de realização de lucros , é claro.

“As empresas de siderurgia subiram muito nesses dias com a melhora de recomendação de algumas casas, mas hoje estão devolvendo parte desses ganhos”, diz Pedro Galdi, analista da corretora Mirae Asset.

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