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    Trump tem ‘vínculo’ com farmacêutica Regeneron; ações disparam após tratamento

    Os papéis da Regeneron subiram 7% na segunda-feira (5), levando o ganho acumulado para mais de 60%

    Paul R. La Monica, , do CNN Business, em Nova York

     

    O presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca
    O presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca
    Foto: Carlos Barria/Reuters (26.set.2020)

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu uma alta dose de um coquetel experimental de anticorpos da empresa Regeneron como parte de seu tratamento para a Covid-19. Agora, as ações da farmacêutica estão em alta – e há questões sendo feitas sobre as ligações do presidente com o CEO bilionário da Regeneron.

    A equipe de Trump revelou na sexta-feira (2) que o presidente recebeu a droga, chamada REGN-COV2, que está sendo usado para aliviar os sintomas e reduzir a carga viral no presidente. As ações da Regeneron subiram 7% na segunda-feira (5), levando o ganho acumulado para mais de 60%.

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    Os papéis atingiram seu pico no dia seguinte ao tuíte de Trump de que teria alta do hospital na tarde de segunda.

    O CEO da Regeneron, doutor Leonard Schleifer, e o presidente Trump se conhecem: o CEO é membro do clube de golfe de Trump em Westchester, Nova York, e sua empresa também recebeu US$ 450 milhões em financiamento do governo em julho como parte da Operação Warp Speed do governo federal, criada para desenvolver rapidamente uma vacina e outros tratamentos para Covid-19.

    Além disso, Trump também possuía até recentemente ações da Regeneron, bem como da Gilead Sciences, fabricante do medicamento antiviral Remdesivir que o presidente também está tomando.

    Ambas os papeis foram listados como ativos no processo de 2017 no Escritório de Ética Governamental dos EUA de Trump, embora eles não estivessem presentes como ativos nas participações no presidente no processo mais recente, para 2020.

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    “Len e o presidente Trump são ambos conhecidos daqueles que moram na área de Westchester há muitos anos, mas não tiveram nenhum contato regular até este ano, quando, na ocasião, discutiram assuntos em torno da Covid-19”, disse a Regeneron à CNN Business em um comunicado.

    De acordo com a Forbes, a fortuna de Schleifer agora vale US$ 2,5 bilhões, acima dos US$ 2,1 bilhões que tinha em meados de março. O empresário doou principalmente a candidatos e comitês políticos democratas nas eleições de 2016 e 2018, de acordo com os registros da Comissão Eleitoral Federal.

    A Regeneron é uma das muitas empresas de biotecnologia e grandes farmacêuticas que correm com suas pesquisas na esperança de desenvolver rapidamente um tratamento eficaz para o coronavírus. A empresa iniciou testes em humanos para seu coquetel de anticorpos em junho e começou um teste de fase 3 apenas um mês depois.

    No entanto, o medicamento ainda não foi aprovado pela FDA, a agência responsável por remédios e alimentos no país. A FDA pode aprovar sua administração por meio dos chamados pedidos de uso compassivo em uma base individual. A Regeneron confirmou à CNN Business que um dos médicos do presidente fez tal pedido à Regeneron e à FDA para aprovar a administração do medicamento a Trump.

    Schleifer defendeu a decisão de dar a Trump o coquetel na semana passada, dizendo a Wolf Blitzer, da CNN, que Trump “está em um grupo de alto risco por uma variedade de razões” e que “esperamos dar a seu sistema imunológico um impulso suficiente para que ele pode vencer a doença e ter uma recuperação completa”.

    “Temos muitos dados, mas ainda estamos em fase experimental. Mas, quando se está no meio de uma pandemia e há pessoas em risco, achamos que faz sentido tentar ”, acrescentou Schleifer.

    A Regeneron acrescentou em sua declaração à CNN Business que está “em tratativas com a FDA sobre o potencial para uma Autorização de Uso de Emergência para REGN-COV2” após a divulgação de dados positivos sobre a droga na semana passada.

    Poucos dias antes da internação do presidente Trump no hospital Walter Reed, a empresa tinha anunciado que seu coquetel “reduzia a carga viral e o tempo para aliviar os sintomas em pacientes não hospitalizados”.

    Além disso, a empresa explicou que está estudando o efeito do coquetel em pacientes hospitalizados, bem como se ele pode prevenir a infecção em pessoas que foram expostas à Covid-19.

    O doutor George Yancopoulos, diretor-presidente e diretor científico da Regeneron, disse em uma entrevista na segunda-feira (5) a Julia Chatterley, da CNN, que a empresa espera conseguir mais doses de REGN-COV2 para pacientes nos próximos meses graças a uma parceria com a gigante farmacêutica Roche.

    “Estamos no caminho certo para entregar 300 mil doses até o final do ano e produzir 300 mil doses por mês, e a demanda ainda pode exceder isso”, disse Yancopoulos. “Se a droga estiver realmente funcionando e tendo os efeitos que todos esperamos, pode estar fazendo muito bem para muitas pessoas”.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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