Tesouro Direto encerra novembro em alta; entenda os impactos no seu bolso

O relatório mensal de rentabilidade acumulada do Tesouro Direto foi publicado nesta terça-feira (1º) e traz números positivos para o fechamento do mês de novembro. Dos 28 títulos públicos disponíveis para operações, apenas dois apresentaram índice negativo, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil.

A lista mostra, ainda, que as maiores rentabilidades no mês passado foram de títulos atrelados ao Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) e ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No primeiro caso, o destaque é de um título com vencimento em 2031, que variou positivamente em 3,21%, enquanto para o segundo caso, vai para um com prazo agendado para 2045, que subiu 2,29%. 

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O gestor de recursos da Órama Investimentos, Felipe Cunha, explica que esse resultado positivo do Tesouro Direto pode estar ligado à eleição presidencial dos Estados Unidos, que deu vitória ao candidato democrata Joe Biden. Segundo ele, parte do mercado espera que o novo presidente facilite negociações com países emergentes, como o Brasil, e, por isso, há um fluxo de investidores se antecipando. 

“Em novembro, tivemos uma forte entrada de capital estrangeiro, cerca de US$ 30 bilhões, o que é um volume bem alto historicamente. Com a entrada de dólares, o câmbio cai e o Brasil consegue controlar a inflação. Consequentemente, isso abre espaço para uma queda na taxa de juros, o que promove uma valorização nos títulos públicos”, afirma.

Houve, também, ações internas do governo brasileiro que fizeram com que essas taxas tivessem uma variação positiva, como a limitação do volume das compromissadas. Visando rentabilizar o caixa, o Banco Central diminuiu em mais de 60% o limite das operações compromissadas, e isso impactou positivamente o rendimento dos títulos do Tesouro Direto. 

Para Cunha, esse resultado é ainda melhor para quem quer começar a investir. Isso porque, os títulos do Tesouro Direto são indicados para construção da reserva de emergência, e esses números trazem mais confiança a quem conhece pouco sobre investimentos.

“É difícil acordar e ver que está perdendo 10% da sua aplicação. Então, em relação aos outros tipos de investimentos, o Tesouro Direto é o mais indicado para quem não tem experiência no mercado. É importante, também, porque o funcionamento operacional dele é bem semelhante aos outros títulos, e bem menos volátil. Isso dá experiência, sem trazer riscos”, comenta.

E os títulos negativos? 

Apesar da maioria apresentar alta, na lanterna do relatório há dois títulos que ficaram no negativo (o Tesouro Selic 2025 e o Tesouro Prefixado 2031 com juros semestrais). Com isso, a dúvida que surge é: e os títulos em baixa, como ficam?

De modo geral, a variação do Tesouro Direto não impacta o investidor que vai retirar seu dinheiro no vencimento da aplicação, visto que ele tem a porcentagem garantida na data prefixada desde o momento da compra. 

Já para quem vai retirar o investimento antes do prazo, assim como em outras modalidades, a variação do mercado pode impactar no resgate, pois, o cálculo é feito por meio da “marcação a mercado”, um índice diário que precifica os títulos.

Essa marcação é uma forma que as corretoras encontraram para negociar aplicações antes do vencimento, tendo em vista que, formalmente, não se pode resgatar títulos do Tesouro Direto antes do prazo.

Desta forma, caso o investidor decida resgatar seu dinheiro em um momento de índice baixo, é bem provável que se tenha algum prejuízo na transação. Mas, quando cumprido o período de resgate, o Tesouro Nacional garante o rendimento acordado. 

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