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    Termelétricas a gás trariam economia de R$ 8 bi a consumidores, diz associação

    O cálculo da Abegás considerou despesas e benefícios com a contratação das térmicas, além do atual cenário de crise hidrológica

    Vista de usina térmica a gás natural 18/05/2001
    Vista de usina térmica a gás natural 18/05/2001 Foto: REUTERS/Paulo Whitaker

    Por Marta Nogueira, da Reuters

    A contratação compulsória de termelétricas a gás conforme o previsto na medida provisória de privatização da Eletrobras poderá promover economia de R$ 8 bilhões ao ano aos consumidores, afirmou a associação que representa distribuidoras de gás canalizado.

    O cálculo da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) considerou despesas e benefícios com a contratação das térmicas, além do atual cenário de crise hidrológica.

    Entretanto, representa um contraponto a outros segmentos do mercado, que se posicionaram contra o dispositivo inserido na MP, pela definição previa de locais e capacidades para as novas usinas, distantes da atual oferta de gás produzido no país.

    Segundo a Abegás, a despesa anual pela contratação das termelétricas corresponde a aproximadamente R$ 13 bilhões enquanto o benefício, contando com redução do preço da energia (PLD) e GSF apurado (risco hidrológico), atingiria cerca de R$ 21 bilhões, gerando a economia de R$ 8 bilhões.

    “O nível de água dos reservatórios, em média, vem baixando nos últimos 10 anos, principalmente desde 2014. E a falta de água pode comprometer a segurança de abastecimento, uma vez que a fonte hidráulica tem mais de 60% da matriz elétrica brasileira. A melhor maneira segura de corrigir isso são as térmicas a gás natural”, disse em nota o presidente-executivo da Abegás, Augusto Salomon.

    Os dispositivos inseridos no texto da MP, aprovado na Câmara e em avaliação no Senado –que tem sessão convocada para a votação, na quarta-feira–, determinam a contratação de 6.000 MW de térmicas a gás natural.

    Mas na visão de outros setores, como de petroleiras e grandes consumidores de energia, a definição em lei da construção de tais usinas a gás, com capacidades e locais predeterminados, distantes da oferta do insumo brasileiro, poderia elevar custos.

    O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) chegou a afirmar que tais térmicas poderão depender de gás importado, ameaçando a ampliação e o estímulo ao uso do insumo nacional e gerando perdas ao país de R$ 600 milhões por ano em royalties.

    Questionado sobre como o gás nacional poderá atender a demanda de térmicas instaladas distantes da oferta atual do insumo, Salomon respondeu em nota que as térmicas “funcionam como sinal econômico de consumo firme para o investidor em infraestrutra”.

    “(O investidor) poderá pedir autorização à ANP para construir a infraestrutra necessária e posteriormente fazer uma chamada de capacidade não apenas para a térmica, mas para os demais segmentos, a tarifa de transporte é o que garantirá remuneração do investidor”, afirmou.

    “Hoje os associados do IBP reinjetam mais de 50 milhões de m3/dia nos poços… O objetivo é criar a infraestrutura com consumo firme, para que os associados do IBP possam ter uma demanda firme, ou seja, as térmicas darão segurança para que o produtor possa ofertar esse gás, que hoje é reinjetado, ao mercado.”