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    “Teremos lucro operacional este ano e eVolts até 2025”, diz CEO da Embraer à CNN

    Plano da fabricante brasileira de aviões vem agradando o mercado; faltando uma semana para o ano acabar, as ações da empresa já têm valorização de 172% na B3

    Letreiro da Embraer em Las Vegas, Nevada (21out.2019)
    Letreiro da Embraer em Las Vegas, Nevada (21out.2019) Foto: REUTERS/David Becker

    Ligia Tuondo CNN Brasil Business

    Os últimos dois anos não foram fáceis para a Embraer. Assim como para empresas de outros setores, a pandemia de Covid-19 trouxe desafios sem precedentes para os negócios da companhia, que ainda teve de lidar com o fim de um importante acordo com a Boeing no segmento de aviação comercial, logo no início da crise sanitária global.

    “A gente estava se preparando para a pandemia, quando tivemos que lidar com a queda na receita e os custos acima do normal com o fim do deal com a Boeing”, conta o CEO da fabricante brasileira de aviões, Francisco Gomes Neto, ao CNN Brasil Buisness.

    O executivo havia assumido o comando da terceira maior do mundo em seu setor não havia muito tempo — em abril de 2019 — e precisou enfrentar “buchas” bem maiores que as que previa. Ainda sim, pelo ritmo da recuperação, tem conseguido transformar os limões que recebeu em limonada.

    Criou um comitê de crise, um plano estratégico de cinco anos para se preparar para a retomada, promoveu um importante corte de custos e passou a investir em novas fontes de receita.

    O plano vem agradando o mercado. Faltando uma semana para o ano acabar, as ações da empresa já têm valorização de 172% na B3.

    Em um relatório divulgado em novembro pelo Citi, analistas disseram que as ações da empresa na Bolsa de Nova York tinham potencial de valorização de 4,22%, e deram recomendação neutra para compra.

    Os analistas ressaltaram que a companhia vinha simplificando sua estrutura operacional, ao contrário de seus concorrentes, e diversificando suas receitas.

    “Entramos em 2021 mais preparados, conseguimos minimizar os efeitos em 2020 por conta dessas ações”, diz Gomes, que espera um crescimento de até 12% nas receitas deste ano em relação ao ano passado.

    A cifra é mesma registrada no ano passado na queda de receita da companhia, que foi de R$ 20,6 bilhões ante R$ 23,6 bi um ano antes.

    A expectativa agora é que a aviação comercial – uma das mais afetadas pela pandemia — retome a receita pré-crise até 2024. Gomes ressalta que esse segmento não teve cancelamentos de pedidos, apenas adiamentos de entregas.

    Já a parte de serviços prestados pela empresa, que corresponde a pouco mais de um quarto das receitas, já está operando com números pré-pandemia, segundo ele.

    “Vamos entregar lucro operacional neste ano (Ebit), além de geração de caixa positiva ante negativa no ano passado. Conseguimos diversificar em muitas frentes”, diz.

    Os “carros voadores” vêm aí

    Uma dessas frentes de inovação engloba a nova subsidiária da Embraer, Eve, de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVOLT, na sigla em inglês) — os chamados carros-voadores.

    A companhia, que deve ser listada na Bolsa de Nova York até o meio do ano que vem, espera colocar em operação esse novo modelo de mobilidade urbana no país em 2026.

    O executivo espera que a certificação para o funcionamento dos eVolts saia até 2025.

    A projeção do mercado é que, até 2035, 50 mil desses veículos estejam em funcionamento no mundo, segundo Gomes. Esse número deve dobrar até 2040. ”

    “É um mercado com muito desafio, mas muito promissor. E a Embraer está bem posicionada, tanto pela sua experiência com fabricação de aeronaves quanto pela sua relação com a Anac (agência reguladora brasileira)”