Temor de calote da Evergrande causa risco sistêmico na bolsa, diz economista
Daoud ainda afirmou que o medo em relação ao que pode acontecer na bolsa muitas vezes causa um efeito manada prejudicial à economia
O endividamento da empresa chinesa Evergrande continua aumentando os temores sobre um potencial calote, que pode respingar em outras partes da economia. Em entrevista à CNN, o economista Miguel Daoud comentou que o temor causado pelas especulações causa um risco sistêmico na bolsa de valores.
“É importante a gente entender que o mercado financeiro não mudou absolutamente nada de sexta-feira para hoje. O que mudou foi a expectativa dos agentes em relação a um possível calote da Evergrande, que tem uma dívida de quase US$ 310 bilhões. Isso resulta em um cenário que o mercado tenta prever. O temor do calote traz um risco sistêmico, e isso pode provocar um ajuste na nossa bolsa, mesmo sem saber ao certo se irá acontecer ou não”, afirmou o economista.
Daoud ainda afirmou que o medo em relação ao que pode acontecer na bolsa muitas vezes causa um “efeito manada”, mesmo que isso não seja benéfico aos investidores.
“Hoje, por exemplo, muitas pessoas estão vendendo ações sem saber ao certo o motivo da venda. Mas como estão todos vendendo, também querem vender. Esse “efeito manada” faz com que a profecia se realize. Eu já vivi várias crises, e a pior coisa que um investidor pode fazer é sair vendendo as ações, porque isso realmente faz com que o temor se concretize”, completou o economista.
(Publicado por Ligia Tuon)