Tebet sonda nomes do mercado para Planejamento e quer blindar escolhas do PT
Nova ministra conta com apoio de economistas e há disputa pelas pastas mais importantes. Definição deve sair nas próximas 48 horas.
A nova ministra do Planejamento, Simone Tebet, tem pedido a ajuda de economistas dos setores público e privado no segundo escalão de sua pasta.
Segundo relatos feitos para a CNN, a avaliação é de que, apesar de contar com respaldo político, Tebet precisa de retaguarda técnica para conduzir o ministério.
Por enquanto, a discussão da equipe tem sido mantida afastada da cúpula petista, que tem influenciado nas formações de equipes e estabelecido vetos a nomes.
A autonomia de Tebet na escolha do grupo foi uma das condições para ela aceitar o cargo.
O Planejamento pode ter perdido alguma relevância na recomposição da equipe econômica, mas as cadeiras estão concorridas entre especialistas em contas públicas conhecidos do mercado.
Um deles chegou a pedir ajuda de um ministro do STF para convencer Simone Tebet a aceitá-lo no time. Sem sucesso.
A maioria dos nomes já está mapeada e o time completo deve ser definido em até 48 horas.
A equipe de Tebet convidou pelo menos cinco mulheres, mas elas recusaram por questões pessoais e profissionais.
A nova ministra quer companhia na composição da pasta e aguarda a resposta de convites feitos nos últimos dias.
Os novos secretários deverão ter entre 35 e 45 anos, com capacidade reconhecida de tocar o ministério.
Tebet perdeu secretarias importantes como a governança das estatais e de servidores que ficaram sob o comando de Ester Dweck, no Ministério de Gestão.
Ainda assim, quem colabora na montagem do Planejamento entende que o principal desafio do próximo governo está nas mãos da emedebista, como uma revisão do orçamento público federal, com avaliação das políticas públicas e definição de longo prazo para alocação dos recursos federais.
Tebet tomará posse na próxima quinta-feira, às 10h da manhã e deve reforçar a parceria que pretende formar com Fernando Haddad, da Fazenda.
Uma parceria improvável há poucos meses, mas que hoje surge como uma expectativa do mercado para prevalência da moderação e de decisões responsáveis sobre a gestão do dinheiro público.