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    TCU identifica 7 milhões de pagamentos irregulares do auxílio emergencial

    Desse total, 3,7 milhões de cadastros já foram cancelados. Outras 200 mil pessoas devolveram os recursos que receberam indevidamente

    Noeli Menezes, da CNN Brasil, em Brasília

    O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 7 milhões de beneficiários que receberam irregularmente o auxílio emergencial destinado a trabalhadores informais. Desse total, 3,7 milhões de cadastros já foram cancelados. Outras 200 mil pessoas devolveram os recursos que receberam indevidamente.

    Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (7) pelo secretário de Controle da Gestão Tributária, Previdência e Assistência Social do TCU, Tiago Dutra, ao responder a perguntas de parlamentares durante audiência na Comissão Mista do Congresso que acompanha as ações do governo no combate à pandemia de Covid-19.

    “É muito pouco [a devolução] perto daquilo que foi detectado como pagamento indevido, é algo próximo de 5%, porém é muito melhor do que tinha antes”, declarou Dutra.

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    Na reunião, o coordenador-geral de Controle Externo de Políticas Públicas da Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU, Junnius Marques Arifa, detalhou o acompanhamento que o tribunal tem feito das ações do governo.

    Além do auxílio emergencial, o TCU analisou outras medidas e ações da União, como aquisições, obras e serviços de engenharia, transferências de recursos, renúncias de receita e linhas de crédito. 

    Ministério da Saúde

    Na fiscalização de ações do Ministério da Saúde, o tribunal identificou “riscos e problemas”, como a deficiência da pasta na compra de produtos e na busca de melhores preços e fornecedores; adiantamento de pagamentos sem os cuidados necessários, como a garantia de entrega de produtos.

    O tribunal apontou ainda inefetividade na alocação dos recursos, baixa execução de recursos transferidos aos fundos estaduais e municipais de saúde e sobreposição de aquisições do MS com a dos estados. 

    Houve também ausência de estratégia detalhada para o enfrentamento à pandemia e de planos táticos operacionais para execução das ações previstas no Plano de Contingência Nacional e falhas e deficiências na definição de critérios para rateio e transferência de recursos aos estados e municípios.

    Por fim, o relatório cita “ausência de estratégia para a aquisição de bens e serviços e distribuição aos entes subnacionais (quantidades e preços excessivos e solução inadequada); deficiência na estrutura de governança do MS para o enfrentamento à pandemia (falhas no processo decisório e na coordenação e supervisão das ações, omissão de responsabilidades e/ou duplicidade de comando)”.

    Riscos fiscais

    Na questão fiscal, o TCU tem preocupação com ampliação de mecanismos de escape ao Teto de Gastos; realização de despesas não relacionadas à Covid-19 no âmbito das regras do Orçamento de Guerra; expansão indevida de despesas ou renúncias tributárias; e desvinculação irregular, pelos entes subnacionais, dos recursos transferidos pela União.

    Entre os “riscos severos” apontados no relatório, estão elevação dos juros pagos para emissão e rolagem de dívida; redução drástica da reserva de liquidez para gestão da dívida; aumento de despesas com a honra de garantias em operações de crédito dos entes subnacionais; e espaço insuficiente para as despesas discricionárias em 2021 (expansão de despesas obrigatórias x Teto de Gastos).

    Até o momento, o TCU instaurou mais de 130 processos para apurar irregularidades e ilegalidades relatadas em denúncias e representações contra a atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia.

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