Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Tarcísio: equação do orçamento não passa por Fundeb e precatórios

    Em entrevista à 'CNN', ministro da Infraestrutura defendeu uma reanálise sobre o uso de vinculações obrigatórias de receitas no orçamento do Governo Federal

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

    O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou nesta quarta-feira (30) que a equação do orçamento do Governo Federal não passa pelos recursos do Fundeb e dos precatórios.

    “Faz sentido a gente ficar brigando por 6% do orçamento da União todos os anos? Ou seja, num espaço de R$ 1,7 trilhão eu tenho 6% para acomodar toda a despesa discricionária da União, e isso não faz sentido”, disse Tarcísio, em entrevista à CNN, ao defender que deve ser feita uma reanálise sobre o uso de vinculações obrigatórias de receitas no orçamento.

    “Onde é que nós temos espaço pra fazer mudanças – e há esse espaço? Então vamos atuar ali, vamos desvincular receita e isso vai nos permitir fazer mais investimento, respeitando esses pilares fiscais. Essa equação, nós vamos chegar lá e não vai ser no precatório e nem no Fundeb. Vai ser realmente nessa reanálise.”

    Assista e leia também:
    Comissão do Orçamento é adiada para semana que vem, diz Alcolumbre
    Relator do Orçamento 2021 defende o uso de parte do Fundeb para o Renda Cidadã
    Precatórios, Fundeb: entenda como o governo quer financiar o Renda Cidadã

    O ministro também defendeu que o país precisa de reformas estruturais para o que chamou de “voo consistente no futuro”.

    “O Brasil é um país que precisa de infraestrutura. O mais importante é a gente trabalhar as questões que são, de fato, estruturais para que a gente tenha um voo consistente no futuro. Porque tivemos ciclos de crescimento modestos por não ter atuado nas questões estruturais”, afirmou.

    Tarcísio também voltou a destacar seu alinhamento com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e citou exemplos de atuações de sua pasta que favorecem o colega como símbolo da parceria.

    O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, em entrevista à CNN
    O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, em entrevista à CNN
    Foto: CNN (30.set.2020)

    “É fácil ver o meu alinhamento com ele [Guedes] pelos 32 leilões de concessões que fizemos. Pela liquidação da Codomar [Companhia Docas do Maranhão] que fizemos. Por ter aportado recentemente uma antecipação de R$ 5,1 bilhões de antecipação de outorga, de investimentos privados, de concessão de ferrovias que fizemos. Por nós estarmos tocando o maior programa de concessão do Brasil”, citou.

    Sobre a relação com o Congresso, o ministro disse que há uma postura de apoio às reformas propostas pelo governo. “A gente tem visto parlamentares procurarem a gente e dizerem assim, ‘pô, eu quero a agenda, qual é a agenda, o que a gente tem que encarar’.”

    Retomada da economia

    Tarcísio disse concordar que os investimentos em infraestrutura são uma forma de incentivar a retomada da economia brasileira após a pandemia, mas ponderou que essa não é a única possibilidade.

    “[Investir em infraestrutura] é um braço, não é o único [para a retomada da economia]. Seria até um pouco de inocência nossa acreditar que o único braço é a infraestrutura”, afirmou o ministro.

    Ele defendeu ainda que o país deve aproveitar o cenário de juros baixo para poder atrair capital estrangeiro.

    “[Temos que] aproveitar o bom momento do ponto de vista de premissa (…) com excesso de dinheiro lá fora com juros negativo – são US$ 17 trilhões hoje em título de tesouros remunerando zero – que a gente tem condições de trazer para cá e financiar nossos projetos de infraestrutura.”

    O ministro falou também sobre a perspectivas para sua pasta em 2021, incluindo as privatizações que estão no radar do governo.

    “No ano que vem, vamos ver leilão de 22 aeroportos, vários arrendamentos portuários, a primeira privatização de portos (a Companhia Docas do Espírito Santo), a Nova Dutra. Vai ter muita coisa interessante acontecendo no ramo das concessões no ano que vem e as privatizações vão ganhar tração também”, afirmou.

    Estamos falando da privatização de Eletrobrás, Correios. A Eletrobrás é uma empresa bastante interessante porque, em tese, a estruturação de venda já está bastante massificada, conhecida e pode ocorrer em pouco tempo”, completou.

    Tópicos