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    SumUp recebe aporte de R$ 1,3 bi para dobrar (ou triplicar) de tamanho até 2024

    Com dinheiro recebido da matriz alemã, fintech de pagamentos focada em microempreendedores quer lançar novos produtos e fomentar a expansão pela América do Sul

    Fabiano Camperlingo e Mariana Lazaro, da SumUp: empresa tem foco no microempreendedor
    Fabiano Camperlingo e Mariana Lazaro, da SumUp: empresa tem foco no microempreendedor Foto: SumUp/Divulgação

    André Jankavski, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Mais um aporte bilionário desembarca em uma fintech no Brasil. A SumUp, que atua nos segmentos de maquininhas e também como banco digital, vai receber de sua matriz na Alemanha cerca de R$ 1,3 bilhão para investir em suas operações por aqui. A meta da empresa é dobrar de tamanho – ou até triplicar – nos próximos três anos.

    O dinheiro faz parte de um aporte de € 750 milhões que a matriz acaba de receber. Na verdade, a fintech captou o dinheiro em um empréstimo internacional, que formou um “condomínio de dívida” com participantes como o banco americano Goldman Sachs e os fundos Temasek, Bain Capital Credit, Crestiline e Oaktree. Cerca de 30% desse montante, portanto, vem para a operação do Brasil, que vai liderar a expansão pela América Latina.

    O dinheiro será direcionado para a área de adquirência (maquininhas), expansão do banco digital e do crédito, aquisição de novos clientes, entrada em outros países da América Latina e, finalmente, atração de talentos. 

    Mas o motor de crescimento da SumUp continuará sendo o pequeno empreendedor, segundo os executivos Fabiano Camperlingo e Mariana Lazaro, CEO e CFO da SumUp, respectivamente. A ideia da SumUp é ajudar desde a moça que vende tapioca até o cabeleireiro que transaciona de R$ 600 a R$ 2.000 por mês em uma maquininha.

    “O nosso cliente é aquele que tipicamente trabalha por si próprio na rua, que vende pipoca, bolo e água de coco”, diz Camperlingo.

    A fintech quer ser vista como um parceiro por esses empreendedores e capturar uma fatia do valor movimentado por esse mercado informal. Atualmente, no Brasil, segundo a SumUp, 50% do consumo das famílias é feito em dinheiro. 

    Porém, a empresa também enxerga um grande potencial em novos mercados na América Latina, como o México, onde o dinheiro representa 80% das operações. Argentina e Peru também estão nos planos da SumUp, que vai utilizar parte do aporte bilionário para essa expansão pelo continente. 

    Na questão dos novos serviços, a empresa pretende criar algumas opções para os seus clientes, como a introdução de links de pagamentos, criação de uma loja com produtos com descontos para os seus clientes, além de cartões-presente. Além disso, a empresa deve apostar em acelerar a entrega do dinheiro das vendas para o cliente no mesmo dia –algo fundamental para o pequeno empreendedor.

    Recentemente, a empresa também foi selecionada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a criação de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).

    “Este fundo permitirá a concessão de crédito a um segmento da população que não tem acesso a esse tipo de produtos”, diz o CEO. 

    Mercado brasileiro

    A companhia não abre os seus números locais, apenas o de colaboradores: atualmente, no Brasil, a empresa emprega 900 pessoas. Em 2019, a operação brasileira já havia recebido um generoso aporte de R$ 500 milhões.

    Naquela época, a empresa ainda divulgava seus dados financeiros. Um ano antes do aporte, a SumUp havia faturado R$ 250 milhões e tinha a meta de crescer três dígitos por ano. Segundo a CFO Lazaro, sem citar números, a empresa cresceu acima do mercado.

    A companhia, contudo, está disputando esse mercado de microempreendedores com gigantes brasileiras, caso da Stone e da PagSeguro, que estão listadas na bolsa de Nova York e hoje valem US$ 22 bilhões e US$ 17 bilhões, respectivamente. No caso dos bancos digitais, vai precisar encarar queridinhas do mercado, como o Nubank e o Banco Inter. 

    Para se diferenciar, a empresa aposta no diferencial de atendimento. Camperlingo, por exemplo, cita o fato de a empresa ser uma das únicas com o selo RA1000, criado pelo site Reclame Aqui para destacar as empresas com a melhor avaliação pelos seus clientes.

    “O nosso principal competidor não é a empresa A, B ou C, e sim o dinheiro físico”, diz o CEO. “Não vemos esse mercado como ‘rouba monte’, onde o vencedor ganha tudo. É um mercado de crescimento e teremos diversas empresas competindo pelo cliente.”