Stefanini cresce 20% na pandemia e enxerga o IPO cada vez mais próximo
CEO enxerga que abertura de capital de uma subsidiária deve ocorrer na próxima janela de oportunidade
Há anos, o empresário Marco Stefanini responde com frequência a mesma pergunta: quando vem o IPO da Stefanini? É que a companhia de tecnologia que leva o seu sobrenome é líder em diversos segmentos em que atua — que perpassa desde transformação digital até financeiro em mais de 41 países. E, seguindo a tendência do setor, apresentou um crescimento robusto, mesmo em um período tão complicado.
O crescimento do ano passado, aliás, superou até mesmo o avanço em épocas anteriores. O faturamento em 2020 foi 20% maior do que em 2019, alcançando uma cifra de R$ 4 bilhões. Uma das áreas que mais cresceram, segundo o fundador, foi a de soluções digitais, que compreende inteligência artificial, nuvem analytics, segurança cibernética e marketing digital.
A indústria 4.0 também se destacou, afinal, esse setor, por ter sido um dos mais atingidos pela pandemia, precisou buscar soluções para melhorar os seus resultados, mesmo com quedas expressivas nas vendas em alguns momentos
Porém, a maior aposta é no segmento financeiro, que representa uma fatia de 30% de todo o negócio da Stefanini. E ele deve crescer ainda mais. Afinal, sistemas como o Pix e o open banking já são uma realidade, apesar de também serem novidade para a empresa e para o próprio país. Por isso, a Stefanini espera um crescimento de 40% a 50% até 2022.
Para isso, a companhia também separou R$ 500 milhões para novas aquisições. Somente, no ano passado, foram seis: a Mozaiko, especializada em varejo, a Holding Haus, de marketing digital, a empresa de pagamentos Logbank, a empresa de segurança romena Cyber Smart Defence, a consultoria de nuvem NI IT e as empresas de software Diebold e Servcore.
O braço financeiro será o motor do crescimento da Stefanini e permitirá que volte a crescer 20% ao ano. Até então, o faturamento da empresa avançava em torno de 10% a 12%.
Portanto, quando vem o IPO? Segundo Stefanini, a ideia de abrir capital para expandir a operação, de fato, já fez sentido um dia. Mas, agora, a intenção não é mais fazer oferta inicial de ações de todo o grupo e, sim, de uma das subsidiárias — aquela que com o maior potencial de crescimento. No entanto, ele não revela qual delas será a escolhida.
De qualquer forma, o IPO deve ocorrer na próxima janela de oportunidade do mercado. Ele lembra que, apesar do recorde de aberturas de capital no ano passado, muitas empresas desistiram no meio do caminho ao perceberem que os investidores não estavam precificando a entrada na bolsa de forma que achavam justa. E ele quer tirar o maior proveito possível do IPO.
Mas há exemplos de empresas de tecnologia que se deram bem na oferta inicial de ações. É o caso da Locaweb, que captou R$ 1,3 bilhão e, desde que estreou na bolsa, já teve uma valorização de quase 500%. Outras empresas como Totvs, Stone, Linx e PagSeguro também entregam uma boa rentabilidade para os seus investidores.
Resta saber se de fato neste ano Stefanini vai levar a sua empresa — ou parte dela — à bolsa.