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    Serviços crescem 2,6% em julho e frustram expectativa do mercado

    O resultado ocorre após uma sequência de 4 taxas negativas (entre fevereiro e maio), provocada, principalmente, pelo isolamento social para conter a Covid-19

    Paula Bezerra, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O volume de serviços prestados em julho cresceu 2,6% quando comparado com o mês anterior, engatando a segunda alta mensal consecutiva para o setor. É o que mostra a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (11) pelo IBGE. 

    O resultado ocorre após uma sequência de quatro taxas negativas (entre fevereiro e maio), provocada, principalmente, pelo isolamento social para conter a pandemia do novo coronavírus. No período, o setor acumulou perdas de 19,8%.

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    Na comparação com julho de 2019, o volume total de serviços prestados recuou 11,9%, quinta taxa negativa seguida. Já nos primeiros sete meses de 2020, houve queda de 8,9%. Em doze meses, o volume de serviços caiu 4,5%

    “O avanço de 2,6% não foi suficiente para eliminar as perdas observadas entre fevereiro e maio. Vale destacar que o efeito da pandemia propriamente dito ocorreu entre março e maio”, diz Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

    “O resultado negativo de fevereiro ainda não era decorrente das medidas de isolamento social e sim uma acomodação do setor de serviços frente ao avanço do final de 2019. As perdas da pandemia entre março e maio somam 19,8%”, explica.

    A alta de julho vem abaixo da expectativa do mercado. Pesquisa da Reuters estimava uma alta de 3,1% em comparação com junho.  

    Recuperação em marcha lenta

    Diferentemente da indústria e do comércio, o setor de serviços vem mostrando a maior lentidão em se recuperar dos efeitos da pandemia, que começaram a ser sentidos no final de março –a queda vista em fevereiro é considerada conjuntural. As atividades que envolvem atendimento presencial são as mais afetadas, segundo o IBGE.

    “O setor de serviços ainda se encontra 12,5% abaixo de fevereiro de 2020 e a 22,2% do pico”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, explicando que para retornar ao nível de fevereiro o setor como um todo tem que crescer 14,3%, sendo que somente aqueles prestados as famílias precisam avançar 130,5%.

    “A presença das pessoas é necessária e por isso serviços reagem mais devagar que industria e comércio. E enquanto a economia tiver dificuldade, teremos uma reação mais lenta do setor de serviços.”

    Não à toa, no segundo trimestre, os serviços tiveram perdas históricas de 9,7%, contribuindo fortemente para a contração de 9,7% do PIB no período.

    Atividades mais afetadas

    Em julho, quatro das cinco atividades de serviços pesquisadas apresentaram expansão de volume. Os destaques foram os avanços de 2,2% em serviços de informação e comunicação e de 2,3% de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. O avanço, porém, Mas ambos ainda estão longe de recuperar as perdas anteriores no ano.

    “O setor de tecnologia da informação é o mais dinâmico e resiliente entre as atividades de serviços; mesmo nos momentos de crise…o setor tem mostrado capacidade de se recuperar muito rápido”, disse Lobo.

    “Em relação à pandemia, não está entre os setores mais impactados como aqueles que dependem de atendimento presencial, a exemplo dos serviços prestados às famílias por hotéis e restaurantes.”

    Lobo também explicou que os ganhos em transportes se devem principalmente ao transporte rodoviário de carga.

    Os demais foram de serviços profissionais, administrativos e complementares (2,0%) e de outros serviços (3,0%). O único resultado negativo em julho foi em serviços prestados às famílias, com queda de 3,9% em julho depois de crescer 12,2% entre maio e junho.

    O índice de atividades turísticas, por sua vez, cresceu em julho 4,8% frente ao mês anterior, na terceira taxa positiva seguida, acumulando no período ganho de 36,1%.

    O segmento de turismo havia acumulado perda de 68,1% entre março e abril devido ao forte impacto do isolamento social, principalmente em transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis.

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    (Com Reuters)

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