Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Salário mínimo ideal subiu para R$ 5.330,69 em abril, diz Dieese

    Valor é 4,85 vezes maior que o piso nacional vigente, de R$ 1.100, e um pouco maior que o salário ideal de março, que foi de R$ 5.315,74

    Ligia Tuon, do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    Mulher abrindo a carteira
    Mulher abrindo a carteira
    Foto: Emilija Manevska / Getty Images

     

    O salário mínimo ideal subiu para R$ 5.330,69 em abril, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

    Esse valor supera em quase cinco vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100, e é um pouco maior que o salário ideal de março, que foi de R$ 5.315,74.

     

    Em seu cálculo, o órgão considera o valor necessário para sustentar uma família de quatro pessoas, formada por dois adultos e duas crianças, com a cesta de alimentos mais cara que, em abril, foi a de Florianópolis (R$ 634,53).

    O estudo do Dieese revela ainda que, com o desconto da Previdência Social (7,5%), o trabalhador remunerado pelo piso comprometeu, em média, 54,36% do salário em abril com a compra de alimentos básicos. Essa porcentagem supera a verificada em março, de 53,71%.

    Os preços do conjunto de alimentos básicos tiveram alta em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo órgão no mês.

     

    Piso sem aumento real

    A proposta de salário mínimo feita pelo governo federal para 2022 é de R$ 1.147. O valor consta no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem, anunciado pelo Ministério da Economia em abril. 

    O valor representam um aumento de 4,27% em relação aos atuais R$ 1.100. A variação é semelhante à do INPC, índice usado para o reajuste do piso salarial. Isso significa que o salário mínimo deverá ficar sem aumento real (acima da inflação) pelo terceiro ano seguido.

    Política de reajuste

    Apesar de não reconhecer que mudou a política do salário mínimo, a equipe econômica já vinha reajustado o piso apenas com a variação da inflação mesmo antes da pandemia, com o argumento de que precisa preservar o ajuste fiscal.

    Tradicionalmente, os reajustes do mínimo são calculados a partir do aumento do INPC somado da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Criada pelo governo Lula, essa regra virou lei em 2012, durante o governo Dilma, mas expirou em 2019.

    Durante esse período, o salário mínimo não teve aumento acima da inflação em 2017 e 2018, já que o cálculo considerou os anos de 2015 e 2016, respectivamente, quando o país estava em recessão. 

     

    Tópicos