Resultado da Microsoft é atingido por dólar forte e vendas mais fracas de PCs
Ações da empresa, que acumulam queda de 25% neste ano, ficaram estáveis no after-market
A Microsoft divulgou nesta terça-feira (26) resultados trimestrais abaixo das estimativas do mercado, refletindo desaceleração das vendas de PCs, valorização do dólar e menores gastos de anunciantes com publicidade.
As ações da empresa, que acumulam queda de 25% neste ano, ficaram estáveis no after-market.
A Microsoft teve o melhor trimestre no negócio de computação em nuvem, chamado de Azure pela empresa, disse Brett Iversen, gerente geral de relações com investidores da Microsoft.
O crescimento do Azure foi de 40%, abaixo da previsão de 43% dos analistas compilada pela Visible Alpha. Na divisão de computação em nuvem mais ampla, Intelligent Cloud, a receita aumentou 20%, a US$ 20,9 bilhões, acima da previsão média de US$ 19,1 bilhões, segundo a Refinitiv.
A Microsoft enfrenta a pressão de um dólar mais forte, uma vez que obtém cerca de metade de sua receita com operações fora dos EUA. O índice do dólar americano subiu mais de 2% no trimestre até junho e quase 12% neste ano, ante queda de 1% no ano anterior para o mesmo período.
O câmbio impactou a receita em quase US$ 600 milhões e a desaceleração no mercado de PCs atingiu o faturamento em mais de US$ 300 milhões. Já a desaceleração em publicidade atingiu a receita da rede social LinkedIn em mais de US$ 100 milhões.
“Com a Microsoft tendo esse tamanho, é difícil não refletir a economia geral”, John Freeman, vice-presidente de pesquisa de ações da CFRA Research.
A demanda mais branda do consumidor também atingiu a receita com videogames, que caiu 7% ano a ano devido a uma queda nas vendas de consoles Xbox, conteúdo e serviços, disse a empresa.
A Microsoft teve receita de US$ 51,87 bilhões no trimestre, ante US$ 46,15 bilhões um ano antes. Analistas em média, esperavam receita de US$ 52,44 bilhões, de acordo com dados da Refinitiv.
O lucro líquido da Microsoft subiu para US$ 16,74 bilhões, ou US$ 2,23 por ação, no trimestre encerrado em 30 de junho, de US$ 16,46 bilhões, ou US$ 2,17 por ação, um ano antes.