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    Renner ainda não voltou aos bons resultados pré-pandemia, mas 4º tri pode animar

    O Ebitda decepcionou, mas a expectativa da direção da empresa é que o último trimestre traga volume de vendas “próximos do normal”. Analistas aguardam

    Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Os números da Renner (LREN3) decepcionaram no terceiro trimestre. A notícia de que o Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 12,9 milhões não foi muito bem recebida – o Bradesco BBI esperava R$ 48 milhões. Mas o mercado ainda tem esperança na varejista, que sempre foi considerado um exemplo varejo de vestuário. E os investidores acreditam que o quarto trimestre fará juz à essa esperança. 

    Isso porque o balanço da varejista de moda tem sempre um “mas”. No terceiro trimestre, as vendas de mesmas lojas caíram 17%, mas, em setembro, a variação foi positiva e a administração promete crescimento nos últimos três meses do ano. 

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    O fluxo nas lojas ficou “abaixo do normal”, disse a empresa. Em julho, a Renner tinha 31% de suas lojas fechadas, o que afetou as vendas da varejista. Mas, em setembro, o número de visitantes nas lojas cresceu e esteve “alinhado aos patamares do ano anterior”. 

    O Ebitda decepcionou, mas a expectativa da direção da empresa é que o último trimestre, o melhor em vendas, historicamente, traga lucratividade e volume de vendas “próximos do normal”. 

    “Embora as vendas no negócio de varejo (-15%) e o lucro bruto (-25%) tenham sido fracos no terceiro trimestre, estamos vendo um cenário muito diferente no final do trimestre e no início do importante trimestre de pico”, diz relatório do Bradesco. 

    Último tri decisivo

    Com o resultado morno do terceiro trimestre, os bancos de investimento não estão muito otimistas com a ação da Lojas Renner. Bradesco e BTG Pactual colocam o preço-alvo da ação em R$ 46. Para o BB Investimentos, o preço justo para ação em novembro do ano que vem é R$ 47,10.

    Na segunda (9), o papel foi beneficiado pela forte alta do Ibovespa e o otimismo com o avanço na vacina e disparou 14,51%, para R$ 47,98 . Ou seja, acima dos valores indicados pelos dois bancos.  

    “O comércio de lojas sofreu muito e o resultado foi horrível. Como a segunda-feira foi um dia de bom humor generalizado, esses setores que foram mais prejudicados tiveram um dia de recuperação”, diz Pedro Galdi, analista da corretora Mirae Asset.

    Então, os resultados do terceiro trimestre podem mostrar que este foi um período de transição. A partir de agora, o mercado espera crescimento do setor de varejo de moda. Como a Renner é um player bem posicionado no seu segmento, a pressão por bons resultados da empresa no fim do ano será maior. 

    “Esperamos que a tendência de recuperação se mantenha nos próximos trimestres”, escreve o BTG Pactual, em relatório. A empresa afirma que a Renner deve ganhar participação de mercado nos próximos meses. 

    E-commerce anima 

    Nesta temporada de balanços, o mercado acompanhou de perto o crescimento do e-commerce de cada player. No segmento de supermercados, o Carrefour aparece à frente da concorrência. No varejo de moda, a Renner apresentou resultados que a destacam no setor. 

    As vendas digitais da varejista cresceram 200% e já representam 16% de todas as vendas da companhia. 

    O ponto alto da estratégia de expansão do online são os envios a partir das lojas. Esse tipo de entrega já é feito em 20% das vendas fechadas pelo e-commerce da companhia. A estratégia está em linha com o que os maiores players do e-commerce fazem: usar as lojas físicas como pequenos centros de distribuição. 

    Hoje, 180 lojas da Renner estão habilitadas para iniciar o processo de entrega dos produtos. 

    A varejista tem outras iniciativas interessantes no projeto de transformação digital da companhia, como a venda por WhatsApp, disponível em 80 lojas e a entrega por drive thru, presente em 216 lojas. 

    No último trimestre, vale ficar de olho na representatividade do e-commece em um período aquecido de vendas e – provavelmente – com todas as lojas abertas. E a empresa vai precisar entregar o que entregava antes da pandemia. Pelo menos, é o que todos os analistas e investidores esperam.

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