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    Reforma do IR melhora quadro de empresas, mas ainda é desequilibrada, diz Appy

    À CNN Rádio, Bernard Appy analisou a atualização da proposta do relator, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA)

    Amanda Garcia, com produção de Bel Campos, da CNN Brasil

     

    Na avaliação do economista e diretor do Centro de Cidadania Fiscal, Bernard Appy, a proposta de reforma do Imposto de Renda “melhorou a situação para as empresas, não tem dúvida nenhuma, mas ele ainda é desequilibrado.”

    Na terça-feira (13), o relator da reforma, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA), detalhou a atualização no texto, com uma queda na alíquota base cobrada sobre o lucro de pessoas jurídicas de 15% para 2,5%.

    O texto ainda prevê que a regra abranja empresas com lucro abaixo de R$ 20 mil por mês. Para as demais, há uma alíquota adicional de 10%.

    Em entrevista à CNN Rádio, Bernard Appy analisa que houve uma redução de R$ 50 bilhões na arrecadação do IR, mas que o Brasil “arrecada pouco o imposto de renda, mas tributa demais consumo e folha de salários”.

    “Não faz sentido você fazer uma mudança que reduz ainda mais a arrecadação do IR, teria sido melhor desonerar folha de salários ou consumo”, disse.

    Na opinião dele, nessa proposta, “quem paga a conta são os estados e municípios”: “A perda de receita dos estados e municípios será de R$ 23 bilhões, ou três quartos do custo total pago. O texto fez bondade com chapéu alheio.”

    Para Appy, o governo “tinha errado na alíquota para empresas, mas tinha que ter compensado com mudança no imposto de renda, tributando aqueles que têm renda mais elevada.”

    O economista disse ter dúvidas sobre o efeito que a reforma do imposto de renda terá: “A tributação do consumo é a melhor forma para incentivar o crescimento da economia brasileira, o histórico mundial de reduzir o IR de empresas mostra que não teve muito efeito em aumentar o crescimento.”

    “Eu acho que, apesar do discurso do relator, o impacto – se tiver – será pequeno para o crescimento da economia”, completou.